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CRISE FOI RESPONSÁVEL PELO CRESCIMENTO DOS PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL NO BRASIL, DIZ  IBAJUD

Redação - 23/01/2019 13:00 - Atualizado 23/01/2019

Por João paulo Almeida 

Em 2018, grandes empresas, como as Livrarias Cultura e Saraiva e a Avianca pediram a recuperação judicial. No ano passado, os pedidos de recuperação judicial subiram 7,9%, na comparação com 2017, segundo levantamento da Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Em contato com o portal Bahia Econômica, o Dr. Eronides dos Santos, diretor acadêmico do Instituto Brasileiro de Administração Judicial – IBAJUD, explicou que os pedidos de recuperação judicial no país cresceram devido a crise econômica que o Brasil está inserido.

Segundo Eronides, “os pedidos de recuperação judicial são um reflexo da crise pela qual passa a empresa, essa crise pode ser financeira, quando decorre da falta de liquidez para o pagamento imediato das contas; a crise pode ser patrimonial, quando há um desequilíbrio entre os bens e direitos da empresa e suas dívidas, sendo as dívidas superiores que o patrimônio ou ainda  a crise pode ser econômica, que ocorre quando há uma retração geral da economia ou do setor em que a empresa está inserida. A crise econômica tem origem externa à atividade empresarial e é justamente essa crise que assolou o país nos últimos 3 anos que levou as grandes, médias e pequenas empresas a se socorrerem da recuperação judicial com a finalidade de ajustarem suas contas e conseguirem sobreviver”, explica.

O diretor ainda explica que as empresas que entram com pedido de recuperação judicial podem atuar normalmente mudando apenas o prestigio dela no mercado. “As empresas que entram com pedido de recuperação judicial podem continuar com suas atividades normalmente, o que muda, depois de feito o pedido de recuperação judicial, é a forma como os agentes de mercado veem a empresa, pois, nesse caso, o mercado fica mais sensível ao risco de insolvência dessa empresa, o que aumenta a cautela de todos os agentes que com ele negociam. Essa preocupação diminui à medida em que o plano de recuperação é aprovado e a empresa mantém seu ritmo de trabalho, cumprindo o que foi aprovado, pagando seus credores, gerando empregos e todos os benefícios sociais da sua atividade empresarial”, comenta.

Eronides ainda explica que o pedido pode sim ocasionar num risco de demissão em massa. “O plano de recuperação judicial pode prever a necessidade de redução do quadro de empregados, seja pelo ajuste natural que ocorre numa situação como essas, seja em decorrência da retração do faturamento ou mesmo em razão da readequação da atividade empresarial à nova realidade do mercado”, diz.

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