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PT COBRA CELERIDADE NA APURAÇÃO DO CASO QUEIRÓS

Redação - 22/01/2019 16:30 - Atualizado 22/01/2019

A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), destacaram, logo após reunião com deputados e senadores do PT, que o PT vai dar sequência aos diálogos com os partidos de oposição para a consolidação de um bloco parlamentar na Câmara cuja atuação pretende ir além da eleição à presidência da Casa.

Os petistas afirmaram também que aguardam mais celeridade na posição do Judiciário e do Ministério Público sobre os escândalos que envolvem o clã Bolsonaro e Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), acusados de receberem depósitos sem origem identificada em suas contas correntes.

A senadora Gleisi Hoffmann, em entrevista coletiva logo após a reunião, questionou o silêncio do ex-juiz Sérgio Moro, especialmente sobre as denúncias contra Bolsonaro e Queiroz. Conforme Gleisi, Jair Bolsonaro se elegeu criticando o PT por corrupção. “Ele disse que iria acabar com a corrupção. Colocou o Moro, algoz do presidente Lula no Ministério da Justiça, pra dizer que uma das principais bandeiras seria o combate à corrupção. Eles têm que explicar isso à sociedade, tem que abrir o que está acontecendo e todos precisam ser investigados”, cobrou a parlamentar acerca das denúncias de corrupção que atingem Queiroz e Flávio Bolsonaro.

Gleisi ainda lembrou que “fizeram”, sem determinar um sujeito para esse verbo,  um grande conluio a fim de impedir Lula de disputar a eleição em outubro, além de acusarem o PT de corrupto. “Agora, chegam ao governo e dão um tapa na cara do povo brasileiro? Isso precisa ser investigado. É preciso investigar para sabermos realmente se há um posicionamento de combate à corrupção, pois até agora o que Moro fez foi palavrório”, disse a senadora.

CPI – Paulo Pimenta alertou aos jornalistas que as denúncias contra Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz já foram divulgadas há mais de 30 dias. O líder aproveitou para criticar que ninguém das famílias Queiroz e Bolsonaro foi ouvido. “A pergunta que fazemos é a seguinte: se essa denúncia envolvesse alguém do Partido dos Trabalhadores, teria sido essa mesma postura do Ministério Público Federal? Haveria esse mesmo silêncio do juiz Sérgio Moro, do Deltan Dallagnol [procurador da Lava Jato], do [juiz] Marcelo Bretas? Alguém acredita que a maneira como as autoridades estão investigando seria a mesma? É evidente que há um sentimento de impunidade, de proteção”, compara o líder petista.

Por conta da morosidade da justiça e do Ministério Público, não está descartada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tratar do tema. “Se não tivermos outro caminho, se percebermos que eles não vão investigar, que estão fazendo um jogo de proteção à família ‘metralha’, não nos resta outra alternativa que não seja o mecanismo para que a verdade possa aparecer”, adianta Pimenta.

A senadora Gleisi enfatiza que o tema CPI depende não depende só do PT, mas sim, de uma articulação dentro do Congresso. “Primeiro tem a posse, a decisão sobre os blocos partidários e a eleição da mesa diretora. É um assunto para discutirmos com os demais partidos de Oposição a partir da primeira semana de fevereiro”, acrescentou.

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