Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tóquio e do Centro de Astrobiologia do Instituto Nacional de Ciências Naturais, no Japão, utilizou telescópios espaciais e terrestres para confirmar a descoberta de 104 exoplanetas – isso só nos últimos três meses. De acordo com os cientistas, uma das razões de tantas descobertas foi o uso do telescópio espacial Kepler, lançado em 2009 para localizar e estudar exoplanetas, como são chamados planetas que se encontram fora do nosso Sistema Solar.
A maioria deles foi encontrado a partir da observação do brilho de estrelas: quando a luminosidade diminui, há a possibilidade de um objeto – no caso, um planeta – estar passando nos entornos da estrela. A queda no brilho de uma estrela também pode ser causada por outros fatores, como pela passagem de meteoros ou de lixos espaciais, logo, a confirmação é importante.
Em 2013 o Kepler sofreu problemas mecânicos, o que iniciou uma segunda missão chamada K2. Astrônomos de todo o mundo começaram umas competição para confirmar os dados colhidos nessa fase, inclusive a equipe de pesquisadores japoneses. Ao todo, eles analisaram 227 candidatos a exoplanetas. Para isso, foram utilizados telescópios espaciais e terrestres que os ajudaram nessa descoberta, de acordo com o Observatório Astronômico Nacional do Japão. Como resultado, a equipe confirmou a existência de 104 novos planetas fora do nosso Sistema Solar.
Sete dos astros descobertos possuem períodos orbitais com menos de 24 horas. O motivo disso ainda é uma incógnita para os cientistas. Um estudo mais aprofundado desses planetas ajudará a entender os processos por trás de sua formação. Os cientistas também confirmaram muitos astros com formação rochosa e outros com menos do dobro do tamanho da Terra, bem como sistemas formados por múltiplos exoplanetas.
John Livingston, principal autor do trabalho, explicou: “Embora o Telescópio Espacial Kepler tenha sido oficialmente retirado pela NASA, seu telescópio espacial sucessor, chamado TESS, já começou a coletar dados. Apenas no primeiro mês de operações, ele já encontrou muitos novos exoplanetas e continuará a descobrir muitos outros. Podemos aguardar novas descobertas nos próximos anos”.