A disparada do mercado acionário brasileiro fez com que investidores internacionais colocassem as barbas de molho. O mais novo sintoma de que o otimismo em relação ao Brasil está exagerado veio com publicação de matéria relativa ao tema no “Financial Times”. O texto afirma que a euforia dos últimos dias pode estar mascarando problemas profundos.
“(…) a confiança não é tão alta quanto parece. A moeda se recuperou de uma baixa histórica em relação ao dólar norte-americano, ainda está cerca de 60% abaixo do valor em dólar de meados de 2011. Para os investidores baseados em dólar, as ações brasileiras valem menos da metade do seu valor às vésperas da crise financeira global (…)”, detalha a publicação.
O governo Bolsonaro, lastreado por seu ministro da Economia Paulo Guedes ainda parece perdido em relação à Reforma da Previdência, com declarações desencontradas, bravatas às esquerdas e um velho conhecido da política brasileira, o populismo. Em recente declaração, Bolsonaro disse que não salvaria o Brasil matando os idosos.
Mas, ainda assim, a aposta dos investidores é numa Reforma ampla, que atenda à necessidade de frear o déficit: “Muitos investidores acreditam que isso é exatamente o que o governo de Bolsonaro vai oferecer. Ele prometeu medidas radicais para consertar as finanças públicas (…)”, continua o “Times“.
O jornal, no entanto, faz uma ponderação. O governo de Bolsonaro apresenta-se demasiadamente instável, o que pode comprometer sua capacidade de empreender reformas.
“A nova administração teve um começo instável. Medidas foram anunciadas e desfeitas. Fala-se de disputas entre figuras do governo. Os oponentes já alegam sinais de corrupção, lembrando não apenas o comportamento de políticos rejeitados por eleitores. Mais especialmente os que são conhecidos como baixo clero (do qual Bolsonaro e muitos de seus partidários no congresso emergiram)”, conclui.
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