Segundo um levantamento do Empresômetro, empresa brasileira de inteligência de mercado, somente no ano de 2018 foram abertos mais de 2,5 milhões de novos negócios, indicando que o brasileiro busca no empreendedorismo um espaço no mercado e a possibilidade de uma renda melhor. Esses dados refletem uma tendência iniciada durante a última crise econômica e da qual o país vem se recuperando, recuperação esta apoiada em parte por estes novos negócios.
“São negócios que movimentam a economia e geram renda não somente ao empresário, mas a toda cadeia produtiva necessária para abastecer aqueles negócios, então são vários empregos criados, arrecadação aumenta e há mais dinheiro circulando no país”, diz o diretor do Empresômetro, Otávio Amaral.
Para se ter uma ideia, apenas no estado de São Paulo foram abertas mais de 764 mil empresas novas, uma média de 63 mil por mês. Dentre os setores que mais cresceram estão os de venda de roupas e acessórios, cabeleireiros e obras em alvenaria.
“A análise demonstra que esses setores foram os que mais cresceram em todas as regiões do país, sendo um fenômeno econômico raro, pois temos culturas, costumes e economias totalmente diferentes em cada região do Brasil”, afirma Amaral.
Essa afirmação é fundamentada nos dados que mostram que estados bem diferentes tiveram nos mesmos setores os maiores crescimentos, como em Alagoas, por exemplo, em que vestuário e cabeleireiros foram as empresas mais abertas no ano de 2018.
Certas variações são encontradas, mas nada que fuja da regra: o Acre viu crescer o número de minimercados e armazéns, ficando atrás apenas do comércio de roupas.
“Demonstram (os dados) que houve uma busca maior pela formalização dos pequenos negócios, pois hoje é muito mais fácil e simplificado o processo para se constituir uma empresa individual”, esclarece Otávio Amaral.
O levantamento leva em conta apenas as empresas que abriram e estão ativas até hoje, e não as que fecharam no mesmo período. “Como nossos dados são das empresas ativas, segundo uma série de critérios que estabelecemos aqui no Empresômetro, não há razão de indicar quantas fecharam, porque com eles (dados) podemos traçar um panorama do mercado atual e futuro”, ressalta Amaral.
Para tentar entender o que isso quer dizer, podemos fazer um comparativo com o número de empregos gerados no primeiro semestre de 2018, que foram pouco mais de 390 mil, em face de mais de 1,2 milhões de empresas abertas no mesmo período. Há facilidade em entender comportamentos e mercados através desses dados.
Hoje o Brasil possui mais de 20 milhões de empresas em atividade, excluindo-se aí aquelas que não possuem movimentação financeira ou qualquer outra que demonstre que seja uma empresa ainda em atividade.