O Ministério Público Federal em Brasília pediu à Justiça Federal que adie os depoimentos de testemunhas de acusação, marcados para o dia 4 de dezembro, em um processo que apura se uma organização criminosa atuou na Petrobras e em órgãos públicos.
Na justificativa, a procuradora Ana Carolina Garcia afirmou que o objetivo é esperar a perda de foro privilegiado do presidente Michel Temer e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia), que devem ficar sem cargos no governo a partir de janeiro. Assim, segundo a procuradora, ela vai apresentar uma “instrução única”, com todos os investigados na mesma instância judicial.
O Ministério Público Federal afirma que os réus participaram de um esquema de desvio de dinheiro público e que existem “robustos elementos que apontam que eles integraram uma organização criminosa”. O caso foi investigado em 2017, quando o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Temer por organização criminosa.
Segundo a PGR, um grupo de políticos do PMDB (atual MDB) se organizou para desviar recursos da Petrobras e de outros órgãos do governo. No caso de Temer, a denúncia foi barrada pela Câmara e teve o andamento suspenso. Mas, em relação aos demais denunciados, não. Todos já negaram cometimento de irregularidades.