O ministro da Educação do governo Bolsonaro , Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou, em texto pulicado em seu do seu blog, que o golpe militar de 31 de março de 1964 “é uma data para lembrar e comemorar”. O texto foi escrito ainda em 2017.
De acordo com o Rodríguez, que é professor de Ciência da Religião da UFJF, filósofo e autor de cerca de 30 livros, a tomada do poder pelos militares, que perdurou por 20 anos, teria sido essencial para a abertura democrática do Brasil:
“Os nossos militares prepararam os seus quadros de oficiais para se inserirem no Brasil democrático, abrindo espaço ao público feminino e com pleno respeito às lideranças civis legítimas surgidas do voto popular e às instituições do governo representativo”, disse na postagem.
O ministro da educação do novo governo defendeu que a atuação dos militares “nos livrou do comunismo”:
“64, vale sim afirmá-lo, nos livrou do comunismo. Nos poupou os rios de sangue causados pelas guerrilhas totalitárias […] Não tivessem os militares brasileiros agido com força para desmantelar a “República do Araguaia”, teríamos tido o nosso “Caguán” (o território “livre” do tamanho do Estado do Rio de Janeiro, situado no coração da Colômbia e a partir do qual as Farc chegaram quase a balcanizar o país vizinho)”, escreveu.
No seu post, Rodriguez ainda demonstrou uma das credenciais que o conduziram ao cargo, o antipetismo:
“os treze anos de desgoverno lulopetista, os militantes e líderes do PT e coligados tentaram, por todos os meios, desmoralizar a memória dos nossos militares e do governo por eles instaurado em 64″.
Na avaliação do novo ministro, a Comissão Nacional da Verdade, que apura violações de direitos humanos durante o regime militar e apresentou em seu relatório final o número de 434 mortes no período, foi, na avaliação de Rodríguez: “ a iniciativa mais absurda que os petralhas tentaram impor”.
No texto, ele ainda se referiu à Lei da Anistia e, novamente, ao PT:
“É importante lembrar que, se aproximando o fim o regime militar, foi aprovada a Lei de Anistia que possibilitou a volta dos exilados e a formação de partidos políticos de oposição por parte deles. Seria uma aberração, como pretenderam os petistas, fazer regredir o relógio da história, como se não tivesse havido Lei de Anistia, a fim de perseguir os desafetos da derrotada e ressentida militância da esquerda radical. Esse foi um desserviço à Nação que felizmente não prosperou”, afirmou.
No texto, Rodríguez ainda ironiza o conceito de direitos humanos e ainda homenageia o “paiótico papel” desempenhado pelos militares no período.