Imagens de felinos de grande e médio porte ameaçados de extinção ou em vulnerabilidade, como a onça parda, o gato mourisco e a jaguatirica, e de outros animais silvestres como raposas, veados, tamanduás, macacos pregos, teiú gigante, quatis e cutias, que vivem no Parque Estadual Sete Passagens, em Miguel Calmon, no centro-norte baiano, estão sendo capturadas por câmeras com sensores de movimento e infravermelhos instaladas na mata.
O monitoramento é feito pelo Ministério Público baiano, por meio da Promotoria de Justiça Regional Ambiental de Jacobina, e pelo Instituto Água Boa. As imagens, além de revelar a riqueza ambiental ainda existente na região, estão sendo utilizadas para intensificar ações de preservação do meio ambiente local.
“É importante conhecer os hábitos regionais e os espaços onde estes animais circulam para que possamos desenvolver um projeto piloto para a preservação do meio ambiente e de redução de conflitos entre produtores rurais, já que por vezes rebanhos são atacados por felinos”, explicou o promotor de Justiça Pablo Almeida, que coordena a Promotoria Regional Ambiental de Jacobina.
Segundo pesquisas científicas, a presença de grandes felinos é um importante indicador de integridade dos ecossistemas, e qualquer redução de habitat pode implicar em perda de espécies, especialmente em áreas de alta diversidade biológica, como as florestas tropicais.
Além do Parque Estadual Sete Passagens, outras áreas privadas, que serão convertidas em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), também estão sendo monitoradas. Estão sendo utilizadas no trabalho de monitoramento 18 câmeras fotográficas do tipo TRAP, 15 delas adquiridas por um proprietário rural que realizou cortes de árvores sem autorização e que, porteriormente, assumiu o compromisso de doar as câmeras, regularizar a sua propriedade e replantar e preservar as árvores.
As outras três câmeras foram doadas espontaneamente por outros dois proprietários de reservas particulares da região. O Ministério Público está buscando novos parceiros para intensificar o trabalho de monitoramento da fauna da região, com o objetivo de identificar possíveis registros de onça pintada. Também participam do projeto o coordenador do Instituto Água Boa, Jorge Velloso, e o professor Fábio Carvalho.