Os carros autônomos vão mudar a maneira como as pessoas trabalham, viajam e até como fazem sexo. Segundo pesquisa publicada na revista Annals of Tourism Research, as pessoas vão passar cada vez mais tempo em veículos robóticos, o que deve fazer com que carros venham a competir com hotéis e restaurantes, uma vez que não será necessário focar na direção.
O estudo, conduzido por Scott Cohen e Debbie Hopkins, das Universidades de Surrey e Oxford, respectivamente, reflete sobre as possíveis mudanças nas cidades, no turismo e na economia noturna com a chegada desse tipo de transporte. Em sua publicação, Cohen aponta que o fato de não precisar dirigir os veículos diminui a responsabilidade dos possíveis pilotos. Sendo assim, os próprios carros autônomos devem ser melhor projetados para outras atividades, incluindo sexo.
A ideia é de que o turismo urbano possa ganhar muito com esses automóveis, revolucionando também áreas voltadas para a prostituição – conhecidas como distritos da luz vermelha. Em Amsterdã, por exemplo, essa indústria é comparável a uma empresa de US$ 800 mi, cerca de R$ 3 bi na cotação atual.
Os autores do estudo apontam que “os hotéis por hora (motéis) provavelmente serão substituídos por veículos conectados e autônomos, e isso terá uma implicação no turismo urbano”. Sem a necessidade de um motorista, os veículos poderão vir sem volante, pedais e tudo que ocupa espaço. Dessa forma, os carros terão mais espaço interior para ser destinados a outras atividades, desde restaurantes itinerantes a bares ou hotéis.
O turismo urbano baseado em veículos será afetado de várias maneiras pela automação. Passeios de ônibus pela cidade, por exemplo, podem substituir motoristas por comissários ou guias. É possível ainda, segundo a pesquisa, que esse conceito se torne obsoleto, uma vez que as pessoas vão ter acesso a carros autônomos individuais. Outro problema apontado é o uso de automóveis do tipo em áreas turísticas lotadas, com grande volume de pedestres distraídos. Isso pode levar a mais tensões com os moradores locais e ampliar as percepções sobre o excesso de turismo em certas regiões.
O aproveitamento físico do espaço interior dos veículos ainda é uma incognita, segundo os autores, mas essas incertezas podem ser interessantes para reconceituar as áreas urbanas em relação ao turismo.