O secretário municipal de Educação, Bruno Barral, disse, em entrevista à Rádio Metrópole, que desconhecia que a empresa Nutriplus Alimentação e Tecnologia contratada pela sua pasta estava envolvida no escândalo que ficou conhecido como “máfia da merenda”, em São Paulo. A empresa ganhou um contrato com a prefeitura de Salvador para oferecer serviço alimentar escolar. “Ela responde por um processo, mas nós não tivemos nenhuma menção do Tribunal de Contas ou da Controladoria. O processo, inclusive, está aberto ao público. […] Não posso contratar mais caro porque a empresa está respondendo processo. Nem sabia que estava. Soube pela imprensa”, afirmou Barral.
Em São Paulo, a Nutriplus, com outras empresas, é suspeita de participar de um cartel para combinar preços e áreas de atuação no Brasil. Usaria notas frias para encobrir os pagamentos de propina e obter verbas federais para a merenda – entre 2008 e 2010 o esquema teria movimentado R$ 280 milhões. Sobre o projeto “Escola Sem Partido”, Barral se mostrou contra a proposta. “Eu acho que a liberdade do professor para implementar o senso crítico e a justiça social é fundamental. O professor, que vai para sala de aula para dar apenas seu tema, está fadado a ser fracassado. O professor tem que ser mediador das discussões como um todo. Sem partido, uma ova!”, ressaltou.
Perguntado se permanece no cargo até o fim do mandato de ACM Neto (DEM), o secretário respondeu que: “ainda não conversei com o prefeito sobre o assunto”. Barral mostrou, no entanto, interesse em ficar no posto ao ressaltar que “acho que ainda tenho o que entregar alguns itens.”. O titular da Educação despistou sobre a possibilidade de ser candidato a prefeito de Lauro de Freitas em 2020. Disse que o “foco” é a administração da pasta.