O livro Maria Madalena: O Evangelho Segundo Maria ( A História Contada pelas Mulheres), do escritor Armando Avena, lançado no último mês de setembro pela Geração Editorial, está causando polêmica, pois quem conta a história são duas mulheres – Maria, a mãe, e Madalena – e a história é relatada sob o ponto de vista delas e não dos evangelistas. Segundo o escritor, as mulheres participaram muito mais ativamente na história do único profeta que tomou o partido delas, enquanto os evangelistas – Mateus, Lucas, Marcos e João – desbotaram seu papel na saga. O livro foi comentado no Programa Saia Justa do GNT.
“Jesus foi o profeta das mulheres e se colocou frontalmente contra a lei judaica, mas os evangelhos sinópticos, aprovados pela Igreja, não refletem o lado feminista do seu apostolado. Ele se opõe ao apedrejamento da adúltera, como pregava a lei judaica, deixa-se tocar pela mulher impura e pela prostituta e teve discípulas mulheres, como está descrito nos evangelhos apócrifos, mas esse lado libertador do apostolado de Cristo não aparece nos evangelhos sinópticos”, disse Avena, lembrando que a Torá, os livros que compõem o Velho Testamento, estão repletos de misoginia.
No livro, episódios que os homens contaram de forma masculina são contados sob a perspectiva da mulher e o final, embora igual, soa diferente. O livro se baseia num evangelho cóptico do século II descoberto no século passado e que coloca Maria como discípula de Jesus. Com um texto altivo e de beleza literária, o escritor surpreende o leitor, pois conta episódios, que antes os homens relataram com a visão masculina, de forma completamente diferente e sob a perspectiva da mulher. (EC)