Derrotado nas eleições por uma vaga ao Senado pelo Rio de Janeiro, o ex-prefeito e atual vereador no Rio Cesar Maia (DEM) afirma que o atentado contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, foi fundamental para o crescimento do presidenciável nas pesquisas de intenção de voto. Segundo ele, o episódio deu a Bolsonaro um espaço na mídia maior do que o tempo de exposição que tinha no horário eleitoral da televisão – que era mínimo – e o apresentou ao eleitor como vítima.
“A vitimização sempre foi um significativo fator na decisão de voto”, afirma Maia, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Perguntado se a eventual eleição do candidato do PSL poderia representar um risco à democracia, respondeu que isso “é uma besteira enorme ou completo desconhecimento das instituições pós-Constituinte, já testadas em vários momentos”.
Maia considera ainda que, ao tentarem explicar os resultados do primeiro turno, os analistas políticos têm esquecido os efeitos da Operação Lava Jato – a ação levou à cadeia ou a serem processados criminalmente muitos políticos. O ex-prefeito comparou os efeitos da ação brasileira aos da Operação Mãos Limpas, que varreu a política da parlamentarista Itália nos anos 1990. “Num presidencialismo vertical como o nosso, o efeito da Operação Lava Jato, se não for entendido pelos vencedores atribuindo-se causas, pode gerar um impasse legislativo. Isso vai depender, se for o caso, do entendimento do presidente.”