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 VASCO SEGUE EM CRISE APÓS POLÊMICA NAS ELEIÇÕES

Redação - 05/10/2018 07:31

Nesta sexta, dia 5 de outubro, funcionários e jogadores do Vasco não vão receber seus salários. Os problemas financeiros do clube, agravados pela impossibilidade de receber o empréstimo de R$ 31 milhões, já mexem com o dia a dia, tanto do CT do Almirante como em São Januário. Se a previsão pessimista do presidente Alexandre Campello se confirmar, a tendência é piorar. E rapidamente. Os funcionários que recebem até R$ 4 mil não foram muito impactados – embora o clube ainda tenha débito de dezembro e do 13º salário de 2017. Mas a crise em breve vai atingir forte também os que têm os menores salários.

Nos bastidores, há quem diga que o dinheiro do ano passado só será visto na conta sabe se lá quando, e muito provavelmente através da Justiça. Entre os jogadores, que entram no segundo mês de atraso, a situação é tema recorrente de conversas e lamentações, mas com os atletas honrando compromissos. E se o presente é sombrio, a falta de perspectiva de melhora imediata e de qualquer previsão de quando a asfixia financeira poderia dar um alívio, torna o ambiente pesado. Há o temor de que o exemplo de Wagner, que rescindiu seu contrato na Justiça, seja seguido por outros, principalmente os que recebem direito de imagem e convivem com este problema desde o ano passado.

– Dia 5 está vencendo mais um mês. Muito provavelmente não conseguiremos pagar. Temos trabalhado incessantemente para que as coisas aconteçam. Sem o empréstimo, fica muito difícil manter os compromissos em dia. Vamos conseguindo daqui e dali, mas inevitável que algum atraso ocorra. Sem empréstimo, sem previsão para pagar – confessou Campello.

Os fisioterapeutas às vezes compram do próprio bolso alguns tipos de material que necessitam no dia a dia – o clube alega que esta é uma prática antiga, e que faz o reembolso aos funcionários. Os médicos também tentam driblar as dificuldades, como a falta de pagamento a alguns fornecedores, usando seus conhecimentos. O mesmo acontece com equipamentos e exames. Muitos funcionários já estão no vermelho, em situação complicada principalmente por causa de empréstimos que contraíram no fim de 2017. Alguns têm recebido ajuda de jogadores. Recentemente, parte do elenco fez uma “vaquinha” e comprou cestas básicas para distribuir.

Com os treinos no CT do Almirante, o Vasco passou a oferecer um ônibus para levar funcionários de São Januário a Vargem Pequena, na Zona Oeste, mas recentemente foi cancelado. O trajeto tem cerca de 36km e tem sido feito por quem trabalha no futebol profissional do Cruz-Maltino por conta própria. Além da questão financeira, há quem diga que alguns atrasos também motivaram a decisão.

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