Presidente do PSDB na Bahia, o deputado federal João Gualberto criticou, em entrevista à Rádio Metrópole, a traição do candidato do DEM ao governo da Bahia, José Ronaldo, que abandonou o presidenciável tucano Geraldo Alckmin para declarar apoio ao “voto útil” no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). “Vejo com tristeza e decepção muito grande. Continuamos apoiando dele. Foi um político que fez boas administrações. Se fala sempre que era um homem de palavra, mas fez um papel feio. Papel de oportunista. Coisa que o povo brasileiro não aceita mais. Essa polarização de PSL e PT é dos radicais. […] Ele sabe que [o nome] é o Geraldo. Nós vamos até o final. A democracia é assim, ganha e perde. O voto agora é de convicção”, afirmou.
O parlamentar defendeu a tese de que o político tem que ter “coerência e honestidade”. “Quem segue José Ronaldo, [sabe que] ele tava pedindo voto para Alckmin. Ele consultou o eleitor [pra pedir voto pra Bosonaro]? Pelo jeito não, nem ACM Neto. Foi uma coisa do desejo individual dele. Quando você é político, não pode ter esses desvios repentinos. É um quadro triste”, ressaltou. O tucano negou, ainda, que tenha barrado o candidato ao Senado, Irmão Lázaro (PSC), em um comício em Mata de São João. “Com Lázaro, eu não sou uma pessoa mal educada. Nunca. Sou direta. Jamais barrei no palanque. Aconteceu que um dia antes falei a Zé Ronaldo que ia fazer um comício, mas lá o prefeito é do PSDB, eu sou PSDB, e Lázaro apoia Bolsonaro. Acho que lá não caberia ele. Seria constrangedor para ambos. […] Não sei de onde saiu isso, não sei nem se ele foi lá em Mata de São João. Se ele fosse lá, mesmo eu contrariado, ele subiria no palanque sim”, declarou.
De acordo com Gualberto, o PSC descumpriu um acordo ao não apoiar Alckmin. “Agora, quem fez coisas erradas foi o PSC, Lázaro. Quando aceitamos na majoritária foi com o acordo de apoiar Zé Ronaldo e Alckmin. Nada disso aconteceu e depois fica dando uma de vítima. Isso é muito feio”, reforçou. O presidente do PSDB apostou também que o partido não terá um desempenho “desastroso” na eleição. Segundo ele, a sigla pode eleger até três deputados federais.