As contas do setor público consolidado, que englobam governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registraram um déficit primário de R$ 16,876 bilhões em agosto, informou o Banco Central nesta sexta-feira (28). Isso significa que o conjunto das despesas superou a soma das receitas com impostos e contribuições no mês passado. Essa conta, porém, não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública.
Segundo o BC, o rombo fiscal registrou um crescimento de 77,1% frente ao mesmo período do ano passado, quando somou R$ 9,529 bilhões. Foi o pior resultado, para meses de agosto, desde 2016. Na ocasião, o déficit foi de R$ 22,267 bilhões. Apesar do crescimento em agosto, as contas do setor público consolidado melhoraram em 2018. Na parcial dos oito primeiros deste ano, registraram um déficit primário de R$ 34,700 bilhões.
Com isso, houve queda de 43% no resultado negativo – que somou R$ 60,850 bilhões no mesmo período do ano passado. Esse resultado, no acumulado até agosto, ajuda o setor público a atingir sua meta fiscal – que é de um rombo de até R$ 161,3 bilhões para o ano de 2018 fechado. Esse valor também não inclui os gastos com juros da dívida. Quando se incorpora na conta o gasto do governo central com o pagamento dos juros da dívida pública (conhecido no mercado como resultado nominal), as contas públicas registraram um déficit de R$ 76,928 bilhões em agosto.
Em 12 meses até agosto de 2018, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 502,970 bilhões, o equivalente 7,45% do PIB. Esse valor é considerado alto para padrões internacionais e também para economias emergentes. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto dos juros básicos da economia (taxa Selic), fixados pelo Banco Central para conter a inflação. Atualmente, a Selic está em 6,5% ao ano, o índice mais baixo da série histórica. As despesas com juros nominais somaram R$ 60,052 bilhões em agosto e R$ 418,537 bilhões em doze meses até agosto de 2018 (6,20% do PIB).