A perspectivas do mercado de trabalho baiano quanto à geração de vagas formais ainda são duvidosas, dado lento o ritmo de crescimento da economia, que ainda patina para se recuperar da crise verificada no período 2015/2016.
A avaliação vem logo em seguida à divulgação das informações do cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativo ao mês de agosto, que registrou saldo positivo de 4.864 postos de trabalho, equivalente a uma alta de 0,29% em relação ao contingente existente no mês anterior. O desempenho verificado no período representa o melhor resultado para o mês de agosto desde 2011
“Num contexto mais amplo, a incerteza precisa ser amplamente debelada para a prosperidade do mercado de trabalho (e de todo ambiente econômico)”, considera o economista Luiz Fernando Lobo, da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan).
As incertezas que pairam sobre o mercado de trabalho baiano, no que tange à geração de empregos formais, têm fundamento, dentre outros aspectos, na Pesquisa de Confiança do Empresariado Baiano, realizada pela SEI.
O índice de confiança permite entrever que o pessimismo no meio empresarial local, mesmo com a relativa redução de dois anos para cá, não se encontra extinto e até aumentou nos últimos cinco meses (série até agosto) – denunciando que dúvidas ainda permeiam as expectativas dos empresários da Bahia.
“Para se ter uma ideia, a proporção de empresas com vistas a contratar novos trabalhadores se encontrava abaixo da porção daquelas que planejavam desligar funcionários no segundo trimestre deste ano. Assim, levando-se em conta esta informação, não se pode esperar muito da geração de postos de trabalho daqui até dezembro”.
A boa notícia, porém é a reação de setores intensivos em mão de obra. No mês de agosto, houve aumento do nível de emprego com carteira assinada em cinco setores econômicos na Bahia. Os setores de Serviços (+ 3.473 postos), Indústria de Transformação (1.010 postos) e Construção Civil (845 postos) foram os principais destaques.
Em contrapartida, considera Lobo, da SEI:
“No entanto, o ano é de eleições e a cena política permanece bastante conturbada, mantendo distante qualquer perspectiva de estabilidade”.