O leilão da Eletrobras, realizado na sede da Bovespa, em São Paulo, nesta quinta-feira (27), teve 11 dos 18 lotes arrematados e arrecadou R$ 1,296 bilhão. O ágio médio foi de 2,08%. A estatal colocou à venda um total de 71 participações societárias em Sociedades de Propósito Específico (SPE). O leilão estipulou um preço mínimo de R$ 3,1 bilhões para a totalidade dos ativos. Portanto, o leilão arrecadou 40% do valor esperado.
A venda tem por objetivo reequilibrar as finanças da estatal e reduzir o nível de endividamento da empresa. No final de junho, a dívida bruta da Eletrobras somou R$ 44,4 bilhões. Os 18 lotes das participações incluem ativos de geração eólica e linhas de transmissão. As fatias de participação societária da Eletrobras nos negócios variavam de 1,5% a 99,99%. Com exceção do lote J (Uirapuru), todos os ativos foram adquiridos por companhias que já eram sócias nos projetos.
As empresas Taesa e Alupar foram as que mais arremataram lotes no leilão. A Taesa ficou com os lotes L, N e P. A Alupar ficou com os lotes K e M. Já a Equatorial Energia arrematou o lote I, de maior valor do leilão, por R$ 277 milhões. Todos os lotes foram arrematados pelo preço mínimo, com exceção de dois, o J e o O, que tiveram ágio, respectivamente, de 20% e 10%.
O preço mínimo mais elevado foi estabelecido para o lote A (R$ 635,6 milhões), no qual consta a Santa Vitória do Palmar Holding. Neste empreendimento, que reúne várias usinas de geração eólica, a Eletrobras tem 78% de participação. Mas o lote não foi leiloado por falta de proponentes, assim como os lotes B, D, E, G, Q e R. A maior parte dos ativos é de participações minoritárias. Apenas três deles compreendem uma parcela majoritária dos projetos.
Em coletiva de imprensa, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., disse estar satisfeito com o resultado do leilão, mesmo com sete dos 18 lotes sem interessados. E os ativos que não foram arrematados poderão ser colocados à venda novamente, segundo ele. Os dois lotes de energia eólica e cinco de transmissão de energia que ficaram sem oferta correspondem a 10% da dívida líquida da companhia.