Do primeiro bônus ao retorno a São Paulo: a nova vida da família de Alex Cowboy em Três Rios Do primeiro bônus ao retorno a São Paulo: a nova vida da família de Alex Cowboy em Três Rios. Quando Alex Cowboy pisou no octógono do UFC São Paulo, dia 7 de novembro de 2015, ele não tinha ideia de que sua vida mudaria a partir daquele evento. O atleta, que havia estreado com derrota na organização, seis meses antes, faturou seu primeiro bônus ao vencer Piotr Hallmann no terceiro round.
O prêmio extra de US$ 50 mil (cerca de R$ 187 mil, na época) pelo “Nocaute da Noite” abriria o caminho para as mudanças radicais em sua vida. De volta a São Paulo após três anos para encarar Carlo Pedersoli, na co-luta principal, sábado, no mesmo Ginásio do Ibirapuera, Cowboy celebra a conquista de seus dois títulos mais importantes: a casa presenteada à mãe e o sítio onde mora e poderá criar seus animais à vontade, em Três Rios (RJ).
Se em 2015 o lutador ainda era mais conhecido como Alex, em 2018, por onde ele passa com o vidro aberto, pilotando seu carro branco, é reconhecido na pequena cidade. Acostumado a trabalhar no sítio de antigos patrões desde os 12 anos, o peso-meio-médio comprou uma propriedade, onde construirá sua casa no alto do morro – os animais, claro, já estão por lá.
– Eu sempre trabalhei para os outros, no curral desde os 12 anos, mexendo com boi, cavalo, cortando capim. Eu fazia de tudo. Deixei de comprar uma caminhonete para comprar o sítio. É um sonho realizado. Tem galinha, cavalo, peixe… vou colocar um chiqueiro com uns cinco porcos para o Natal (risos). A família é grande. Quando tem churrasco tem que matar o boi. O sítio é meu cantinho, meu sossego. Minha vida é isso, eu me amarro – declarou ao Combate.com.
A guinada na vida de Cowboy foi grande. Entretanto, ele não abandona o estilo de vida bucólico em Três Rios. Nem mesmo propostas para deixar a academia ATS, onde treina com o mestre André Tadeu, foi capaz de fazê-lo deixar a cidade. – Em time que tá ganhando não se mexe. Eu me sinto bem aqui, tenho família perto, que faz a diferença pra mim. Não consigo deixar minha raiz. Fui chamado para treinar nos EUA, mas não consigo sair da minha cidade, só se for pra fazer meu trabalho e voltar.
Quando Alex Cowboy não está no sítio domando os cavalos, buscando os bois que fugiram para outras propriedades e alimentando as aves, ele pode ser encontrado na casa da mãe, Simonete. Foi através do bônus da luta contra o polonês que ele comprou uma casa nova para ela – que antes morava em um barraco de apenas um quarto.
– Há três anos minha mãe morava em um barraco, só de um cômodo. A cozinha era ali, tudo apertadinho. O coração dela era grande demais, tinha mais de sete cabeças na casa. Eu estava me sentindo mal e falei que as coisas iam mudar dando tempo ao tempo. As coisas mudaram da água para o vinho. Não adiantava comprar uma grande porque não tinha móvel. O que ela passou não desejo a ninguém. A história dela é triste, porque só tinha ela pra tratar a gente, que ficava mal vendo ela fazer tudo. Hoje em dia luto para dar o melhor para ela. Se depender de mim, ela vai sentar na cadeira e ser rainha.
O barraco não existe mais – foi demolido. E, por não guardar boas recordações do local, dona Simonete evita tocar no assunto. – Mudou muita coisa desde que entrou no UFC. Comprou essa casa para mim, agora ele tem o sitio dele. Melhorou muito. Eu não gosto de lembrar, não. Aquela casa me trouxe muita tristeza, prefiro não comentar. Essa aqui eu gosto, me sinto bem aqui. É tranquilo. Lá era agitado – diz Simonete, sentada no sofá da sala da casa que escolheu, exibindo o sorriso de quem ganhou do filho dentes de porcelana.
A fama na cidade fez o assédio a Alex Cowboy aumentar. O atleta aguarda o nascimento do próximo filho – o sétimo, todos com mulheres diferentes. As ex-mulheres passam longe da casa de dona Simonete, que ajuda na criação dos netos. – Vinha muita namorada dele aqui, agora não vem, não, porque estou espantando. Não lido com as ex-mulheres, porque elas não vêm aqui, não. Só os filhos. A seriedade com a qual a mãe trata o assunto passa longe de Alex Cowboy, que brinca ao falar da paternidade – e não promete ficar “apenas” nos sete filhos.
– Aqui é uma cidade pequena, poxa. Aqui é mulher a rodo, tem muita mulher. O UFC só me ajudou, facilitou mais. Antigamente eu cantava as mulheres, hoje em dia elas que me cantam. Sempre abro uma sessão para elas. São sete filhos, um com cada mulher. Eu me dou bem com todas (risos). Infelizmente, tem que ter um jogo de cintura, conversa sadia, perguntar das crianças e… passar o cartão de crédito para não deixar faltar (risos). Lutar é fácil, mais difícil é conviver com sete mulheres (risos). Neste sábado, quando enfrentar Carlo Pedersoli no UFC SP, Alex Cowboy vai buscar o quinto bônus. E promete repetir o feito de 2015.
– Ele tem duas lutas no UFC, chuta muito, aceitou a luta em cima da hora e quer o espaço dele. Ele virá pra cima com tudo. Vou lá bater na cara dele. Vai ser nocaute, no primeiro ou no segundo. Lá foi meu primeiro nocaute no UFC. Dentro de casa, a torcida será minha. E a vitória também. Vou inteirar o quinto bônus, vou caçar o nocaute. ou mostrar quem sou eu.
O Combate transmite o UFC São Paulo ao vivo no próximo sábado, a partir de 19h30 (horário de Brasília). O SporTV 2 e o Combate.com exibem as duas primeiras lutas do card preliminar ao vivo, e o site acompanha o evento em Tempo Real. Confira o card completo:
UFC São Paulo
22 de setembro de 2018
CARD PRINCIPAL (23h30, de Brasília):
Peso-meio-pesado: Thiago Marreta x Eryk Anders
Peso-meio-médio: Alex Cowboy x Carlo Pedersoli
Peso-meio-pesado: Rogério Minotouro x Sam Alvey
Peso-galo: Renan Barão x Andre Ewell
Peso-palha: Randa Markos x Marina Rodriguez
CARD PRELIMINAR (19h45, de Brasília):
Peso-leve: Charles do Bronx x Christos Giagos
Peso-leve: Francisco Massaranduba x Evan Dunham
Peso-meio-pesado: Luis Henrique KLB x Ryan Spann
Peso-pesado: Augusto Sakai x Chase Sherman
Peso-meio-médio: Serginho Moraes x Ben Saunders
Peso-mosca: Mayra Sheetara x Gillian Robertson
Peso-médio: Thales Leites x Hector Lombard
Peso-meio-médio: Elizeu Capoeira x Luigi Vendramini
Peso-palha: Lívia Renata Souza x Alex Chambers