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MALAS COM DÓLARES E RELÓGIOS DE LUXO SÃO APREENDIDAS COM FILHO DE DITADOR AFRICANO EM AEROPORTO DE SP

Redação - 16/09/2018 08:00 - Atualizado 16/09/2018

Delegação chegou em aeronave do governo ao aeroporto de Campinas (SP), mas não estava em missão oficial. Foram apreendidos em uma mala US$ 1,4 milhão e R$ 55 mil. Em outra mala, cerca de 20 relógios avaliados em US$ 15 milhões. Agentes da Polícia Federal e da Receita Federal aprenderam US$ 1,4 milhão e R$ 55 mil em dinheiro, e cerca de 20 relógios avaliados em US$ 15 milhões com membros de uma comitiva da Guiné Equatorial que chegou ao Brasil nesta sexta-feira (14), no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). O vice-presidente do país, Teodoro Obiang Mang, estava no voo.

O dinheiro e os relógios estavam em duas malas, segundo o depoimento de um agente que participou da operação. No total, a delegação carregava 19 malas, além da bagagem diplomática, mas o conteúdo das demais não foi informado. A Polícia Federal diz que o caso está sob sigilo diplomático e a Receita Federal também não comenta o caso. Em nota, o Itamaraty informa que “se manteve em coordenação permanente com a Receita Federal e a Polícia Federal no acompanhamento do caso, inclusive quanto à adoção das medidas cabíveis”.

Em depoimento à Polícia Federal, o secretário da Embaixada da Guiné Equatorial explicou que o filho do ditador veio ao Brasil para tratamento médico, e que o US$ 1,4 milhão em uma das malas seria utilizado em missão oficial posterior, com destino a Singapura. Sobre os relógios, o secretário informou que seriam de uso pessoal de Teodoro Obiang Mang. O avião, pertencente ao governo da Guiné Equatorial, chegou a Viracopos na sexta-feira à tarde vindo de Malabo, capital do país. Além do vice-presidente do país, 10 pessoas estavam a bordo. Embora trouxesse uma autoridade do governo do país africano, o voo não era uma missão diplomática oficial.

Em missões oficiais, as chamadas malas diplomáticas – que contêm documentos e objetos de uso oficial do país de origem – não podem ser fiscalizadas no destino. A aeronave da Guiné Equatorial, entretanto, trazia um conjunto de 19 malas não diplomáticas, que não possuem essa proteção. Quando agentes da Receita e da PF tentaram analisar o conteúdo dessas 19 malas, seguranças que estavam no voo tentaram impedir. Houve confusão. Membros da comitiva foram levados para prestar esclarecimentos às autoridades brasileiras, mas o vice-presidente foi liberado do procedimento.

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