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QUILOMBOLAS SÃO ALVO DE VIOLÊNCIA EM LAURO DE FREITAS

Redação - 14/09/2018 16:26 - Atualizado 14/09/2018

O Quilombo Kingoma, localizado em Lauro de Freitas, tem sido alvo de ataques e agressões diversas, denunciam moradores e apoiadores do local. De acordo com os movimentos sociais, o nível de tensão e os ataques têm aumentado depois da construção da Via Metropolitana.

A denúncia foi feita por meio de nota divulgada pelo Movimento Aquilombar e o Movimento Nacional Quilombo Raça & Classe, filiado à CSP Conlutas, após um novo ataque ontem (13).

 “Repudiamos o ataque à casa de Dona Ana, liderança do quilombo. Desde 2013, com início das obras da Via Metropolitana, o Quilombo Kingoma vem resistindo aos ataques do governo da Bahia. Para que a obra fosse implementada, o governo invadiu as áreas do quilombo, destruiu uma enorme área de reserva florestal, derrubou árvores centenárias e sagradas para a ancestralidade quilombola e matou nossos rios e fontes de água”, diz trecho da nota.

As denúncias de violências prosseguem:

 “Ao contrário, a peso de muitas ameaças e perseguições. Há cinco anos, Dona Ana teve sua casa invadida, todos os móveis quebrados e colocaram uma arma de fogo na cabeça de seu esposo. Na madrugada de hoje, tentaram invadir novamente a casa de Dona de Ana, tentaram derrubar a porta com chutes e empurrões. Derrubaram as cercas e portões. Esse ataque acontece três dias depois de realizarmos a Marcha da Resistência do Kingoma. Meses atrás, derrubaram as cercas, mataram os cachorros, os porcos e o jumento. Colocaram gados dentro da roça de Dona Ana para comer suas plantações. As perseguições são permanentes”, relatam na nota.

De acordo com os grupos que denunciam a violência, a pressão para que as comunidades quilombolas se retirem do local aumentou, após pressão de construtoras, que teriam como objetivo diminuir as terras do quilombo para a construção de um bairro novo.

Os manifestantes dizem que hoje, 578 famílias vivem em uma área de 1.284 hectares. O governo quer reduzir a área para apenas 300 hectares, área que não engloba nem 200 famílias.

“Dona Ana e o povo de Kingoma sofrem perseguições porque não se curvam mediante a estes ataques. Não vamos nos curvar a estes senhores que há séculos nos escravizam e nos matam. Os governos do PT agem da mesma forma que velha direita contra o povo quilombola. Mas nós vamos seguir em pé e em luta contra qualquer governo que seja. Enquanto um de nós estiver vivo, haverá luta”, protestam.

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