Em carta ao secretário de segurança pública, o vereador Hilton Coelho denuncia suposto caso de violência a comunidade quilombola. Leia abaixo documento na íntegra:
Prezado Maurício Teles Barbosa,
Secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia.
O Vereador Hilton Coelho, que acompanha, desde 2013, o processo de regularização e auxilia no combate à violência de grileiros da região e do Estado da Bahia contra a Comunidade do Quilombo de Quingoma, localizada em Lauro de Freitas tomou conhecimento que, na madrugada desta quinta-feira, 13/09/2018, a família da Sra. Ana Lúcia, uma das principais lideranças quilombola, foi alvo de nova ação violenta.
No dia de hoje, homens adentraram na roça da Sra. Ana Lúcia e se dirigiram para a residência de sua filha. Derrubaram cerca, quebraram objetos, forçaram a porta, agrediram os cachorros, mas não obtiveram sucesso, pois um destes animais mordeu o agressor e, depois de algum tempo, foram embora.
A agressão ocorre exatamente 05 anos após a invasão da própria residência da Sra. Ana Lúcia, quando homens armados agrediram seu esposo, apontaram armas para ambos e para seu filho menor, deficiente, permanentemente acamado, e foram embora, sem levar qualquer pertence.
Ademais, na segunda-feira, dia 10/09/2018, a comunidade promoveu caminhada na região, reafirmando a sua condição Quilombola e como forma de fortalecimento de sua luta, tendo a Sra. Ana Lúcia à frente do ato. Apenas três dias depois, ocorre a citada violência contra a família da Quilombola, deixando transparecer que se trata de retaliação pela busca da regularização fundiária pleiteada pela Comunidade.
Em abril desta ano, outra ação violenta em face da comunidade ocorreu, e este vereador solicitou audiência com o Secretário, sem, no entanto, obter êxito, conforme e-mail agora. Em todos os casos, houve comunicação à Delegacia da região, sem que qualquer atitude prática tenha sido adotada. Outras lideranças da comunidade já foram agredidas e ameaçadas, tendo sido registrado boletim de ocorrência em todos os casos. Entretanto, até o momento, nenhum órgão público atuou para buscar soluções para a comunidade.
A presente mensagem segue encaminhada para membros do Ministério Público Estadual, Federal, órgãos responsáveis pela política quilombola e imprensa, como forma de dar publicidade à situação.
Desta forma, solicita agendamento de Audiência com o Ilustríssimo Secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, como forma de evitar o avanço dos atos de violência em face da Comunidade.
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