Os visitantes da Quinta da Boa Vista também aproveitaram o feriado de 7 de setembro para protestar contra a ruptura com as origens do país que estavam guardadas no Museu Nacional. Os índios da Aldeia Maracanã participaram da manifestação. Um antropólogo disse que a coleção com cerca de 20 mil peças dos primeiros habitantes do país foi destruída.
Em outros setores do museu, mais perdas de objetos ligados à nossa identidade. Na parte africana, por exemplo, o destaque era o trono do Rei do Daomé. No legado europeu, a coleção que pertenceu à imperatriz Teresa Cristina, mulher de Dom Pedro II: milhares de achados nas cidades de Pompéia e Herculano – objetos que resistiram às lavas do vulcão Vesúvio, na Itália há quase 2 mil anos.
Pela manhã, foi celebrada uma missa de desagravo ao museu na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Centro. A cerimônia cobrou mais atenção ao patrimônio histórico do país. O esforço agora é pela reconstrução e pelo levantamento do acervo que escapou do fogo. Cerca de 1,5 milhão de peças, das coleções botânicas, de mamíferos e répteis, além de livros, estavam em outros prédios. Uma equipe já foi formada para entrar no museu a partir da segunda-feira para procurar e recolher peças do acervo.
“Muito material tende a ser preservado. O fato de parte da parede, parte do assoalho terem caído, é para gente uma possibilidade de preservação de algum material. Eu estive lá dentro do palácio. Vi armários cheios. Chegamos a abrir algumas gavetas com acervo. Porém, é um acervo fragilizado”, disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kelner.