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FILHO DE BEATRIZ SEGALL CONTA QUE MÃE MORREU DORMINDO

Redação - 06/09/2018 09:19

Sérgio Segall, de 62 anos, filho mais velho de Beatriz Segall, conversou com Quem sobre a morte da mãe, nesta quarta-feira (5), devido a complicações respiratórias. Ele atendeu à imprensa na porta do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, local onde será realizado o velório da atriz, antes da cerimônia de despedida. O corpo está programado para deixar o local às 12h de quinta-feira (6) e seguirá para o Horto da Paz, onde será cremado.

“Foram 92 anos de uma vida muito bem vivida, como atriz, conhecida do grande público, das grandes novelas, mas também pela contribuição que ela deu para a cultura brasileira como uma grande atriz de teatro. Ela fez todas as grandes peças do teatro brasileiro e internacional. Como pessoa pública, ela nunca se importou em ter opiniões, como mulher do século XX, que foi filha de professores do ensino médio, de classe média, nos anos 40, vocês imaginem quantas dificuldades ela enfrentou. Ela foi para França contra a vontade dos pais, porque conseguiu bolsa de estudos para estudar teatro. Voltou teve filhos e parou de trabalhar, como acontecia inevitavelmente com as mulheres daquele tempo. Depois voltou de 12 anos. Ela conseguiu sucesso de público mesmo aos 50 anos. Ela fez teatro de resistência durante a ditadura, fez variado de alta qualidade depois disso, quando o país se democratizou. Participou de novelas. Enfim, ela é um exemplo de mulher”, declarou

Sérgio também falou como era Beatriz como mãe. “A minha mãe era uma pessoa exigente. Acho que o maior exemplo que ela deixou para os filhos foi do coragem e tomar decisões o tempo inteiro, às vezes, não populares, nem tão agradáveis, mas que ela acreditava que eram importantes. O próprio sucesso, você olha uma mãe com um trabalho de sucesso, bem-sucedida, com um trabalho de qualidade é inspirador. Acho que é isso que ela mais deixou para gente. A minha mãe já vinha com a saúde debilitada. Felizmente, ela acabou indo tranquila. Estava dormindo, sem sofrimento e dor, que é o mais importante. A família estava muito ao redor dela. É uma situação muito ambígua nessa passagem, porque de um lado você tem muita tristeza e do outro você reúne a família, passa por cima de conflitos que toda família tem, se reencontra. Nesse sentindo, acho que foi um final muito feliz, como ela queria, com a família toda reunida”, concluiu.

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