Professor, historiador e ex-funcionário do Museu Nacional, Roberto daMatta lamentou o incêndio que destruiu o complexo e todo o acervo instalado no casarão da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. “Eu trabalhei 30 anos lá. O que o museu me deu foi uma bússola, o mapa, a vontade de compreender as coisas. Esse é o papel de um museu”, afirmou, em entrevista a Rádio Metrópole.
Com o incêndio, o professor apela para o bom senso dos empresários do país. “Onde estão os milionários brasileiros para ajudar o museu? A gente viu o Joesley e o Wesley [Batista] comprando o Brasil. O pessoal da Odebrecht deve ter se formado em alguma escola de engenharia de graça. Acho que a gente tem que discutir. Quem pode pagar universidade, que pague. O mesmo com o museu, para ajudar a reconstruir pelo menos o prédio”, disse.
Roberto daMatta criticou ainda a estrutura social do país. “Eu cresci em uma casa que tinha empregados e devo morrer em uma casa que tem empregados. São membros da casa, mas não da família, mas a gente tem uma consideração com eles, que é transversal. Isso tudo leva a um tipo de relacionamento social que é complexo e ainda não nos debruçamos sobre isso”, pontuou.
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