A venda da Braskem para a empresa holandesa LyondellBasell está em andamento, mas o fechamento do negócio pode demorar mais que o esperado, pois várias questões estão pendentes. O primeiro empecilho é que a venda provavelmente terá de passar pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), já que Whirpool, dona das marcas Brastemp e Consul enviou uma correspondência ao órgão alertando que a Braskem é a única produtora nacional de resina de polipropileno, insumo usado na produção de refrigeradores, freezers e lavadoras, e que sua venda levaria a uma concentração de mercado que afetaria a produção da chamada linha branca.
No mesmo caminho, a Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico, que representa o setor também pretende entrar com um pedido junto ao Cade. A Abiplast afirma que há uma proteção no mercado de resinas que favorece a Braskem e que a empresa aumenta seus preços o quanto quer. A Braskem anunciou nesta segunda-feira que vai reajustar o preço das resinas termoplásticas e, segundo o jornal Valor Econômico, entre os clientes da empresa a expectativa é de um aumento de 10%. Ainda segundo o Valor Econômico, o grupo holandês está preocupado em não herdar da Odebrecht uma relação comercial estressada com a Petrobras e que pretenderia oferecer a mesma forma de pagamento para todos: Odebrecht, Petrobras e minoritários da Braskem escolheriam uma composição diversa de recebimento, mas a oferta deve ser igual para todos. Nesse contexto a pretensão da Odebrecht de ter 10% de ações da nova companhia talvez não se concretize.