Depois de ter sinalizado que aprovaria proposta da equipe econômica de adiar o reajuste salarial dos servidores civis, o presidente Michel Temer decidiu manter o aumento do funcionalismo no próximo ano. A medida poderia gerar uma economia de R$ 6,9 bilhões e ajudar a fechar as contas do governo federal em 2019. A informação foi confirmada ao blog nesta quarta-feira (29) por dois assessores diretos do presidente da República.
Além de decidir manter o reajuste dos servidores civis, o presidente determinou à equipe econômica do governo tomar as providências para viabilizar o aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal, de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Para bancar parte do gasto extra, Temer combinou com o STF que irá acabar com o auxílio-moradia, no valor de R$ 4,7 mil, para a magistratura.
O governo não precisará mudar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), mas, sim, fazer um ajuste no Orçamento. O custo extra no Poder Judiciário será de R$ 930 milhões. Técnicos do Congresso avaliam que a medida pode gerar um efeito cascata em todo setor público, fazendo o gasto atingir quase R$ 4 bilhões. A proposta é que o auxílio-moradia concedido com base na liminar do STF para toda a magistratura (de forma geral) seja absorvida pela revisão do subsidio. Uma vez aprovada a revisão pelo Congresso, o tribunal julgará o caso relatado pelo ministro Luiz Fux sobre o tema.
Segundo os assessores ouvidos pelo blog, a proposta de Orçamento da União de 2019, que será enviada ao Congresso na sexta-feira, último dia do prazo legal, manterá o reajuste salarial dos servidores civis no próximo ano. O primeiro é que nenhum dos candidatos à Presidência está defendendo a medida. Ou seja, se aqueles que podem ser o próximo presidente não demonstram interesse na medida, por que Temer deveria se desgastar propondo algo que o novo ocupante do Palácio do Planalto pode não cumprir?