Em um momento um tanto conturbado da vida nacional, com incertezas na política e na economia, o panorama para cacauicultura parece especialmente promissor. Nos últimos dias, um movimento das lideranças da lavoura, como nem sempre se vê, reforça o que se tem observado no plano macro: o cacau é pauta – positiva – nos centros de poder e decisão, o que reflete num ambiente de negócios mais favorável, para usar o termo da moda.
Mas, como se sabe, na cacauicultura tudo começa pelo destravamento do crédito. E nisso concordam CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e (IPC) Instituto Pensar Cacau com a proposta da primeira, aprovada pela cadeia produtiva e Câmara Setorial, com o destaque incorporado à MP 842-2018, que trata justamente dessa retomada da condição de elegíveis ao crédito para os produtores.
Rompem um histórico de discordâncias, em favor do mesmo objetivo. Unidas, as representações querem que o presidente Michel Temer apoie os destaques da MP 842, que é relatada pelo senador Fernando Bezerra e que terá como efeito prático trazer os cacauicultores para a normalidade e ao acesso ao crédito.
Mas o efeito simbólico parece ser tão grande quanto. Tanto que a formalização do apoio à proposta da CNA, feita pelo IPC, diretamente ao presidente Michel Temer, por meio de carta, cita um encontro recente com o presidente, em 12 de julho, na companhia do ex-ministro e candidato a governador pelo MDB, João Santana. Se os tempos fossem outros, esse seria um ativo que nenhuma vaidade gostaria de perder. Hoje, felizmente, o cacau está acima das eventuais diferenças.