No início da tarde de hoje (28), o dólar consolida o rompimento da barreira dos R$ 4,00. Após intervenção do Banco Central (BC), o início da sessão foi de leve retração da moeda americana. Porém, impulsionado pelo cenário de incertezas, por conta do panorama eleitoral, o câmbio firmou trajetória de alta, chegando a R$ 4,14.
Às 13h30, a moeda norte-americana subia 1,20%, vendida a R$ 4,1300, com cotação de R$ 4,1454. Sem cobrança de IOF, o dólar turismo era vendido a R$ 4,2950.
Ontem, por conta do acordo comercial entre EUA e México, a pressão sobre o câmbio foi reduzida, o que trouxe algum alento aos investidores. Hoje, porém, a tendência se inverteu e o movimento de alta tem sido extremamente forte.
Ainda assim, especialistas no mercado financeiro ponderam que a situação poderia ser ainda pior. “Se o cenário externo não estivesse favorável, o dólar aqui estaria ainda mais pressionado. Há muita coisa pela frente”, avaliou para a Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, referindo-se às eleições.
A judicialização do pleito de 2018 entrou no radar dos investidores, por duas situações. A primeira diz respeito ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o anúncio de que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisará, em julgamento virtual em setembro, recurso da defesa do ex-presidente, contra uma decisão do plenário da corte que negou habeas corpus ao petista no início de abril.
Por outro lado, na tarde de hoje (28) deve ocorrer o julgamento, pela primeira turma do STF, de denúncia que pode tornar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) réu por racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas e refugiados.
Embora não haja qualquer tipo de impedimento à candidatura de Bolsonaro à Presidência caso se torne réu, a situação amplia a cautela dos investidores devido a um cenário de insegurança jurídica.