O mercado financeiro encerrou o dia em polvorosa, por conta dos resultados da pesquisa Ibope para a Presidência da República. Os investidores temem um segundo turno das eleições protagonizado pelo PT, em disputa com o ex-militar da reserva Jair Bolsonaro (PSL).
A questão é que o mercado ainda se ressente da crise gerada pelos governos petistas, no período 2015/2016, da qual o país ressurge ainda de maneira trôpega. Bolsonado, por sua vez, é visto com desconfiança, por conta de uma suposta tendência autoritária e intervencionista na economia.
O militar da reserva argumenta em torno do seu suposto liberalismo, mas o mercado analisa as suas posturas como parlamentar, a quais não corroboram o argumento. Em tal cenário, o dólar disparou hoje (21) e fechou acima de R$ 4 pela primeira vez desde 29 de fevereiro de 2016. Foi o quinto pregão consecutivo de alta, após a divulgação da sondagem do Ibope.
A moeda norte-americana terminou o dia em valorização de 2% em relação ao real, vendida a R$ 4,0358. Na máxima do dia, chegou a bater R$ 4,0373. No ano, o dólar acumula alta de 23,8%, segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem cobrança de IOF, era vendido a R$ 4,20 nesta terça.
“O novo patamar do dólar nesse novo cenário é entre R$ 4,20 e R$ 4,50”, afirmou à Reuters o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira. Outros analistas ouvidos pelo G1 não descartam que a cotação chegue próximo dos R$ 5.
O front externo também não ajudou hoje, sendo o movimento de queda na cotação do câmbio acompanhado pelos mercados emergentes, após presidente Donald Trump ter criticado a política de aumento de juros do Federal Reserve, o banco central norte-americano.
Num cenário de incerteza aqui e alhures, o Ibovespa fechou em queda de 1,5% nesta terça-feira, ao redor dos 75 mil pontos. Com informações do G1, Reuters e Infomoney.