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DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO PODE COMEÇAR POR FOTOS EM REDES SOCIAIS

Redação - 17/08/2018 11:03

Nos Estados Unidos, uma gerente de marketing e de projetos negra fez um teste durante três semanas numa rede social profissional. Ela se candidatou às mesmas vagas com seu perfil verdadeiro e um falso que ela criou com as suas informações profissionais, porém com o nome e a foto de seu noivo, que é branco. Segundo ela, o perfil verdadeiro, com sua foto, obteve um índice de resposta de menos de 2% em relação às vagas às quais se candidatou, enquanto o falso, com a foto e o nome do noivo, obteve 40% de retorno para as mesmas vagas.

E no Brasil? Por aqui, uma pesquisa da Vagas.com, do grupo da Michael Page, revelou que mulheres, pessoas pretas, pessoas com deficiência e profissionais mais experientes e qualificados foram os que mais se sentiram afetados em processos de recrutamento e seleção. A pesquisa, feita com mais de 3,2 mil candidatos entre 6 de fevereiro e 13 de março, mostrou que 50% dos candidatos respondentes se sentiram prejudicados em dinâmicas seletivas. Dentro desse grupo, 54% são mulheres, 55% são pessoas pretas, 59% são pessoas com deficiência, 64% são pessoas com mais de 55 anos e 59% são pós-graduados.

“A gente se encontra num momento muito importante de evolução [para tratar as questões] de gênero, raça e idade. Sugerimos sempre avaliar as competências e valores do profissional para as posições, mas vivemos num país em que a nossa educação precisa evoluir”, afirma. “Infelizmente essas situações podem ocorrer no mercado de trabalho, no entanto, as empresas estão cada vez mais olhando para as competências e experiências profissionais e valorizando a diversidade”, diz Ellen Souza, assessora de carreira da Catho.

Margosian diz que, na maioria das vezes, as empresas não falam o tipo de profissional que querem porque sabem que é errado. “Muitas vezes não é falado, mas o cliente tem suas preferências, ele demonstra isso na tomada de decisão. Quando entrevista o profissional é que ele vai escolher e aprofundar na compreensão das competências e valores. E ele pode mudar de opinião e descobrir que estava equivocado no preconceito dele”, diz.

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