O plano B petista para as eleições presidenciais parece cada vez mais factível com a perspectiva de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) venha a decidir pela inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril desse ano, na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba.
Petista de alto coturno, o candidato ao senado pela Bahia, Jacques Wagner, declarou hoje, em entrevista à Folha que “o jogo está jogado” com Fernando Haddad como plano B. “Se não conseguir o registro [de Lula], me parece que o jogo está jogado. Se a Justiça interditar, o natural é Haddad assumir”, afirmou Wagner.
O próprio ex-governador havia sido anteriormente cotado como possível substituto de Lula na corrida presidencial. Porém, Wagner teria dito a Lula que não poderia aceitar o posto. “Não sei se Lula preferia a mim. Ele é muito prático. A gente conversou e ele entendeu. Legalmente poderia [substituir Lula], intimamente, não poderia”, argumentou.
Ao agradecer aos petistas que “torcem” por sua candidatura à presidência, ele indiretamente admite uma fratura nas hostes petistas, segundo a qual há quem admita que o ex-presidente não irá ter sua candidatura habilitada e que seja necessário um plano B.
Para alguns, a posição do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, seria constrangedora, pois ele haveria se tornado uma espécie de ventríloquo de Lula. O ex-governador baiano, porém, o reabilita e rebate as críticas de que seria rum ele ir a debates, representando Lula.
“Vi alguém comentando que era ruim ele circular, mas ele é vice, foi colocado para circular e ir aos debates defendendo o programa de governo. Por isso acho que foi apropriado o nome dele, porque ele é o coordenador do programa de governo”.
Hoje o PT registra o nome de Lula como candidato ao Planalto, com Haddad na vice.