Uma falta de chuvas que reduziu a produção das hidrelétricas, principal e mais barata fonte de energia no Brasil, tem gerado custos adicionais para as distribuidoras de eletricidade que não são cobertos nem com a cobrança de adicionais nas tarifas por meio das chamadas bandeiras tarifárias, disseram à Reuters representantes do setor.
As contas de luz estão mais caras desde maio, quando foi acionada a bandeira tarifária amarela, que gera um custo extra de R$ 1 a cada 100 kilowatts hora em energia consumida. Em junho, a sobretaxa aumentou para R$ 5, com a bandeira tarifária vermelha nível 2, que especialistas avaliam que pode seguir válida até a reta final do ano.
Mas mesmo esse cenário de cobranças adicionais não seria suficiente para compensar as despesas extras enfrentadas pelas distribuidoras com o acionamento de termelétricas e com custos associados à falta de chuvas, conhecidos na indústria como “risco hidrológico”, segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia (Abradee).
Uma alternativa que vem sendo sugerida pelas empresas à reguladora Aneel é elevar novamente, a exemplo do que ocorreu no ano passado, o custo da bandeira tarifária, que recairia sobre o consumidor. A Abradee, que representa os investidores em distribuição, estima que o déficit de caixa das empresas do setor deve alcançar em agosto um pico de entre R$ 4,1 bilhões e R$ 4,6 bilhões, que seria gradualmente reduzido até o final do ano para R$ 1,3 bilhão.