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ÖZIL ANUNCIA APOSENTADORIA DA SELEÇÃO ALEMÃ

Redação - 23/07/2018 13:00

Quase um mês após a eliminação da Alemanha da Copa do Mundo, o meia Mezut Özil emitiu neste domingo, via Twitter, um comunicado oficial, em tom de desabafo, declarando que não mais jogará pela seleção do país. Campeão mundial no Brasil, em 2014, com 92 partidas disputadas desde 2009 pela equipe nacional, o meia do Arsenal, de 29 anos, justificou a decisão por se considerar perseguido e discriminado pela Federação Alemã de Futebol (DFB) devido à sua ascendência turca e, principalmente, por expressar suas opiniões favoráveis à imigração e ao multiculturalismo na sociedade alemã.

A crise entre Özil e a Federação Alemã ganhou força depois que o jogador posou, junto com o meia Ilkay Gündogan, também da seleção alemã, com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, no dia 13 de maio, em Londres. A possível conotação política do encontro desagradou a Federação. Özil disse que não quis alimentar a polêmica antes e durante a Copa, mas revelou agora seu descontentamento com a maneira como tem sido tratado – desde antes do episódio – pelos dirigentes esportivos do país, entre outras pessoas.

“O tratamento que eu recebi da DFB e de muitos outros me fazem não mais querer vestir a camisa da seleção da Alemanha. Eu não me sinto querido e acho que tudo o que eu conquistei desde a minha estreia internacional (na seleção), em 2009, foi esquecido”. Özil encerrou o longo comunicado, com quatro páginas e publicado em duas postagens, aumentando ainda mais o tom do desabafo:

– É com o coração pesado e após muita consideração que devido aos recentes eventos, eu não vou mais jogar pela Alemanha em nível internacional, já que eu tenho esse sentimento de racismo e desrespeito. Eu costumava vestir a camisa da Alemanha com tanto orgulho e animação, mas agora não mais. Essa decisão foi extremamente difícil para mim porque eu sempre dei tudo por meus colegas, comissão técnica e o bom povo da Alemanha.

“Mas quando dirigentes do alto escalão da DFB me tratam como eles fizeram, desrespeitando minhas origens turcas e egoisticamente me transformando em propaganda política, então chega. Não é para isso que eu jogo futebol, e eu não vou sentar e não fazer nada a respeito. Racismo não deveria nunca ser aceito.” Suas maiores críticas foram direcionadas ao presidente da Federação Alemã, Reinhard Grindel.

Também via Twitter, após o anúncio da aposentadoria internacional de Özil, a Fifa publicou uma foto dele com a Copa do Mundo, no gramado do Maracanã, após a conqusita do título em 2014, e deu os parabéns ao jogador pela carreira vitoriosa.

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