O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, propôs um pacote de medidas para a candidatura de Henrique Meirelles (MDB) à Presidência da República que inclui, entre outros pontos, a criação de uma corte que se sobreponha ao STF (Supremo Tribunal Federal), a anistia ao caixa dois cometido em campanhas eleitorais passadas e a cobrança de um valor mínimo para o atendimento no sistema público de saúde.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, em mensagem encaminhada a Meirelles e a deputados do MDB, Marun afirma que o partido “tem um ótimo candidato” e “liberdade” para estabelecer um programa “que não seja refém das mazelas de um presidencialismo de coalizão”. Segundo o ministro, responsável pela articulação política do governo Michel Temer, esse sistema –praticado pelo presidente, inclusive– tem a “tendência de transformar-se em um balcão de negócios”.
“Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”, diz o texto do ministro. E segue: “Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criarmos uma Corte Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal”.
O ministro ainda afirma que a candidatura do MDB deve propor a manutenção do Bolsa Família –principal bandeira dos governos do PT–, mas que a gratuidade absoluta no atendimento pelo sistema público de saúde deve ser restrito apenas “para aqueles que são realmente carentes”. Nos outros casos, defende Marun, é preciso cobrar um valor mínimo.