A marinha do Brasil recebeu uma proposta de aproximadamente US$ 4 bilhões – o equivalente a R$ 15,5 bilhões do Consórcio Villegagnon – composto pela Naval Group, Mectron e a Enseada Indústria Naval (EIN) – para a construção de quatro corvetas classe Tamandaré. A informação foi divulgada pela coluna Farol Econômico assinada pelo jornalista Donaldson Gomes. Embora a o valor do projeto não tenha sido divulgado oficialmente, a estimativa do mercado é de algo em torno de, na cotação da moeda norte-americana na última sexta-feira.
Há outros oito grupos na disputa. Parado desde que a Petrobras foi abatida pela Lava Jato e suspendeu a contratação de sondas para o pré-sal, o estaleiro Enseada, em Maragogipe, equipado com o que existe de mais moderno para a construção naval, pode retomar suas atividades com o projeto militar que, além da construção das embarcações, prevê a manutenção das mesmas. De acordo com a Marinha, a “short list”, com três finalistas, está prevista para o próximo dia 27 de agosto e a melhor oferta será divulgada no dia 29 de outubro. Agora é cruzar os dedos.
Em 2015, quando a construção da sonda Ondina foi suspensa, 65% concluída, o estaleiro Enseada empregava 4,9 mil pessoas. O empreendimento foi fruto de um investimento estimado em R$ 3,2 bilhões da Odebrecht, OAS, UTC e da japonesa Kawasaki. Ondina seria a primeira sonda ser fabricada pelo estaleiro. A suspensão do projeto impactou negativamente grande parte das cidades do Recôncavo baiano, afetando principalmente Maragogipe e Salinas da Margarida. Agora, se tudo der certo, a Enseada pode voltar a impulsionar a economia da região.
Outra boa notícia, que também abre uma perspectiva para a economia baiana, foi a retirada do bloqueio cautelar da Petrobras à Odebrecht (proprietária da EIN), no dia 6 de julho. Agora, a Odebrecht Engenharia e Construção S.A. e a Ocyan S.A. (antiga Odebrecht Óleo e Gás) poderão voltar a participar dos processos licitatórios da petrolífera brasileira.