O Ministério Público Federal (MPF) apresentou hoje (10) recurso à Justiça Federal, que absolveu Geddel Vieira Lima do crime de embaraço às investigações das operações da Polícia Federal (PF) Cui Bono e Sépsis. A acusação era de que o ex-ministro havia tentado pressionar empresário Lúcio Funaro, de forma a evitar que ele fizesse delação premiada, o que poderia implicar Geddel.
A iniciativa do MPF vem como resposta à decisão divulgada ainda na semana passada, pelo juiz Vallisney Oliveira, que inocentou o ex-ministro, com o entendimento de não haver provas de que ele tenha atrapalhado as investigações.
Quando da decisão que inocentou Geddel, o juiz Vallisney Oliveira manifestou-se nos autos do processo, com a perspectiva de que, apesar de haver indícios de que Geddel teria tentado atrapalhar as investigações, não há provas suficientes de ter havido conduta criminosa por parte do ex-ministro. Ainda que tenha havido uma série de ligações para a esposa de Funaro, a acusação do MPF de que ela estaria sofrendo constrangimento não foi comprovada, pondera o magistrado.
“Tampouco há prova de que as investigações foram abaladas ou prejudicadas pelo contato de Geddel com a esposa do réu Lúcio. As provas colhidas durante a instrução criminal demonstram que Raquel Pitta não se sentiu intimidada ou coagida com as ligações de Geddel, tampouco tais ligações tiveram o condão de influenciar a decisão de Lúcio Funaro acerca da colaboração premiada”, manifestou-se o juiz nos autos.