Muitos produtores brasileiros de café e açúcar viram na semana passada uma rara oportunidade para fixar preços com margens razoáveis de lucro em um momento de excesso de oferta global para os dois produtos, agindo rápido para lucrar quando a moeda brasileira atingiu sua mínima em dois anos frente ao dólar, informa a Reuters.
Produtores de grãos também fecharam algumas vendas, principalmente para a próxima safra de soja, mas as negociações foram mais lentas em decorrência do debate político sobre custos de frete, disseram à Reuters analistas e participantes do mercado.
O real despencou cerca de 5% em 7 de junho, com a moeda norte-americana avançando para quase R$ 4, em meio a receios sobre a política econômica errática e a corrida presidencial muito aberta. Para os produtores vendendo commodities em dólar, isso significa mais reais por tonelada de café, açúcar ou milho.
Fundos investindo em commodities e processadores de alimentos ficam atentos a informações de volumes de vendas de grandes produtores, como o Brasil, para ajustar melhor suas posições no mercado. “Houve um bom volume de vendas de açúcar quando o real chegou a R$ 3,90 por dólar”, disse Douglas Oliveira, um consultor que aconselha usinas de etanol e açúcar sobre estratégia de vendas. “Era uma oportunidade que você não poderia perder.”