Umbu, licuri, maracujá da caatinga, jenipapo, ameixa, jabuticaba, cajá, cambuí, carambola, menta, abacaxi, entre outros sabores, o licor é uma bebida tradicional que tem presença garantida na mesa dos baianos nas festas juninas. De maneira tradicional, gourmet, caseira ou artesanal, os licores, de sabores convencionais e exóticos, produzidos agricultores familiares baianos, agradam o paladar do público e garantem o aumento da renda dos que vivem da produção rural.
Atento à demanda do mercado, o agricultor familiar Bartolomeu Santana, da comunidade rural Batatan, município de Maragogipe, Território Recôncavo, decidiu inovar com a produção de licores diferenciados. Essa caminhada durou 15 anos de tentativas, até encontrar o ponto do sabor ideal de licores feitos à base de dois tubérculos: inhame e aipim.
“Licor de frutas todo mundo sabe fazer, eu procurei fazer uma coisa diferente. São licores de raízes, que cultivo sem agrotóxico. Eu via a divulgação dos licores produzidos pela agricultura familiar e percebi que não tinha de aipim e inhame, que a gente planta aqui. Eles devem ser apreciados bem gelado. Aí sim, você vai sentir a elegância desses licores”, explica Bartolomeu Santana.
Conhecido popularmente como Memeu Cabeça Branca, Bartolomeu conta que a receita mantém guardada “a sete chaves” e está em processo de patenteá-la. A produção e comercialização é feita sob encomenda e cada litro de licor custa R$25. Em 2017, foram comercializados 700 litros e, este ano, a expectativa é comercializar 1.000 litros.
O agricultor familiar também contou que existem no mercado 21 variedades de Inhame, em sua roça ele cultiva a variedade: inhame da costa. Para além da produção de licores, o volume de produção é de mais de 19 toneladas durante o ano: “O segredo da colheita está em retirar o tubérculo no tempo certo, que dura aproximadamente nove meses e fazer um corte que não atinja a raiz”, observou.