Um dos pontos exigidos pelos caminhoneiros durante a greve de 11 dias que causou a crise do desabastecimento, a redução no preço do disel que deve chegar a R$ 0,46 centavos, ainda não está sendo cumprido em Salvador. Na próxima semana, órgãos de defesa do consumidor devem começar a fiscalizar o cumprimento do repasse, bem como o aviso de sinalização da redução de preço, dentre outros aspectos.
No posto Namorado, na Avenida Antônio Carlos Magalhães, o desconto registrado na bomba de diesel S10 era de apenas R$ 0,15. A administração do estabelecimento informou que o combustível que estava sendo vendido foi comprado antes da greve dos caminhoneiros, sem a redução nos impostos estabelecida pelo governo federal. O estoque tem previsão de durar mais dez dias.
O presidente do Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), Walter Tannus, entende que o anúncio da redução de R$ 0,46 nas bombas foi uma trapalhada do governo federal. “Esqueceram que parte do diesel comercializado é uma mistura de diesel mineral (90%) e biodiesel (10%). Os impostos não incidem da mesma maneira nos dois. Considerando essa mistura, o desconto devia ser de R$ 0,41”, aponta o gestor.
“Você não pode estabelecer o preço de um produto. Não é porque ele (o governo) abaixou o preço que a gente tem que abaixar também. Como vou reduzir o preço de um dia pro outro? Você tem o seu estoque que ainda não vendeu, seu capital de giro, seus compromissos a pagar. Nós estamos em uma economia de livre mercado e isso tem que ser respeitado”, criticou o representante dos empresários, sinalizando que outros fatores, não só os impostos impactam no preço. A pesquisa nos postos de Salvador foi feita pela reportagem do Jornal Correio da Bahia