Por João Paulo Almeida
A violência é um dos temas mais importantes a serem debatidos durante essa campanha eleitoral de 2018. Segundo dados do Atlas da Violência 2018, divulgado ontem (05), pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia foi o estado com maior número de homicídios do país em 2016.
A segunda cidade mais violenta do país é Lauro de Freitas, com uma taxa de 97,7 mortes por mil habitantes, só perdendo para Altamira no Pará. A questão racial continua a ser motivador de assassinatos violentos na Bahia. De acordo com o Atlas a taxa de homicídios entre pessoas negras cresceu 104,4%, passando de 25,6% para 52,4%, no período de 2006 a 2016.
O pré-candidato ao senado federal, Fábio Nogueira(Psol), aposta que a desmilitarização da Polícia Militar seria uma solução para acabar com a violência. Em entrevista ao Portal Bahia Econômica, durante o evento Uneb sem Medo, realizado hoje na sede da Universidade, Fábio fala na aprovação da Pec 51 e a criação do ciclo continuo como uma boa alternativa para vencer a violência.
“O Brasil é um dos poucos países que ainda tem uma Polícia Militar. Países mais avançados já acabaram com a instituição. O que se propõe é que se priorize o serviço continuo com uma policia que seja civil e que se priorize a investigação ao invés da repressão. Na Bahia a situação dos investigadores e peritos é periclitante. Precisamos investir e tirar essa polícia do sucateamento.”
Fábio também destaca que as maiores vítimas dessa política de segurança pública são os negros e jovens. “No Brasil se fala que os bandidos não estão presos e quando são presos logo são soltos. Na Bahia por exemplo a população carcerária dobrou nos últimos anos. E o que é pior. Se fala muito na privatização dos presídios, que é algo lamentável. Imagine você entregar para o poder privado a gestão de custodiados do estado. Por trás disso tem grandes interesses econômicos como o do lobby da bala e lobby do sistema penitenciário”, explicou Fábio que conclui defendendo uma polícia investigativa preventiva ao invés de uma ostensiva.