O baiano foi preso no dia 8 de setembro do ano passado, em Salvador, depois do escândalo dos R$ 51 milhões em malas em um apartamento no bairro da Graça. Desde a sua prisão, adversários e aliados especularam nos bastidores sobre o potencial devastador que teria uma possível delação premiada de Geddel. O político foi ministro do ex-presidente Lula, presidente da Caixa Econômica de Dilma e ex-ministro de Temer. Na Bahia, foi aliado de petistas e demistas.
Em fevereiro deste ano, a defesa de Geddel insinuou que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, estaria perseguindo a mãe de Geddel, dona Marluce Vieira Lima, para forçá-lo a delatar. Na época, a PGR pediu a aplicação de medidas cautelares contra Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro, e contra a mãe dos dois, Marluce Vieira Lima.
“Não se quer pensar que essa manifestação do Direito Penal do Inimigo seja uma frustrada tentativa de obrigar o irmão do peticionário a fazer uma delação premiada (até porque este não tem nada a delatar), haja vista a cega perseguição para atingir a idosa genitora do mesmo”, diz o texto da defesa. Até o momento, no entanto, Geddel sequer deu sinais de que estaria disposto a contar sobre algo que saiba a respeito da corrupção no país. Em abril, uma vistoria na Papuda apreendeu com Geddel centenas de comprimidos dos medicamentos antidepressivos, contra insônia, tranquilizantes, analgésicos e para tratamento gástrico.