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DEPENDÊNCIA DA INDÚSTRIA FAZ COMÉRCIO CRESCER LENTO NA BAHIA, DIZ ECONOMISTA

admin - 04/06/2018 19:24 - Atualizado 04/06/2018

Por Gabriela Marotta

O Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia cresceu apenas 0,6% no 1o trimestre de 2018, indicando um crescimento lento, se comparado ao restante do país em todos os setores de atividades. Entre os setores que fugiram à regra do declínio, está o Comércio que apresentou um aumento de 1,3% no montante estadual. O valor que parece animador, se torna desestimulante quando é sabido que o número é três vezes menor se comparado à média nacional.

Para o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado da Bahia (Fecomércio-BA), Paulo Pina, o crescimento ainda lento se deve aos impactos da crise que vem se alastrando desde 2014, tendo como base a Petrobras, já que o estado é “extremamente dependente da indústria petroquímica”, disse ao Bahia Econômica. Os dados – divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) -, se tornam mais incômodos se for levado em consideração que a indústria a qual a Bahia é tão dependente verificou uma queda de quase 3%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

O aumento do desemprego, no entanto, é o fator primordial no baixo crescimento econômico do comércio. Com a economia baiana fraca por conta da crise, o desemprego aumentou 13,1% no primeiro trimestre do ano, segundo o IBGE. Com o resultado acima do esperado, o comércio é o primeiro a sentir os efeitos. No varejo a Bahia também apresentou queda. Foram 0,6%, enquanto no restante do país o crescimento foi 3,8%.

Para o economista da Fecomércio, para que o cenário apresente mudanças e o PIB cresça com mais intensidade é necessário “criar condições” e levar em consideração a confiança do empresariado baiano que sofreu queda no último mês por conta da greve dos caminhoneiros. “Só com uma reformulação mais séria do incentivo fiscal e criação de um ambiente com menos incertezas para retomar o crescimento”, disse Paulo. Ao citar que a Bahia é a maior economia da Região Nordeste, o economista se mostra otimista: “acho que o cenário vai melhorar no prazo de um a dois anos”.

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