Os mercados ainda digerem o pedido de demissão de Pedro Parente do cargo de presidente da Petrobras. Os investidores se desfazem de suas posições, o que pressiona o câmbio, com o dólar cotado acima de R$ 3,75. No cálculos dos investidores, entra uma possível retomada do intervencionismo estatal na companhia, além de interrogações acerca da condução da economia brasileira e impactos do subsídio ao diesel sobre as contas públicas.
Para salvar seu mandato, o presidente Temer empenhou todo o seu capital político na mobilização do Congresso, quando das duas denúncias do ex-procurador geral da república Rodrigo Janot. Não houve espaço, portanto, para aprovar a reforma da previdência, o que traria um alívio às contas públicas.
Parente decidiu deixar o cargo em meio a discussões sobre a política de preços da Petrobras. O governo reafirma que não vai mudar as diretrizes de reajuste dos preços dos combustíveis, mas, rever a maneira segundo a qual se dão os repasses das oscilações do barril de petróleo no mercado internacional. “[Ainda assim], a demissão gera dúvidas sobre a continuidade das políticas ortodoxas do governo”, afirmou o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano, em entrevista ao G1.