O enfraquecimento político do governo de Michel Temer nas duas semanas da crise detonada pela greve dos caminhoneiros fez o presidente perder defensores até mesmo onde é mais raro ver críticas à gestão federal: entre governadores de partidos aliados, que, além da ligação política, dependem de recursos federais para as próprias administrações, informou O Globo. A quatro meses de uma eleição em que a impopularidade de Temer não deverá ser boa companhia no palanque, mesmo governadores do MDB, como Paulo Hartung, do Espírito Santo, reclamam da atuação da gestão federal na crise.
O partido do presidente tem atualmente cinco governadores. De todos eles, o único a sair em defesa da atuação de Temer durante a crise foi Luiz Fernando Pezão, do Rio, justamente o único que não será candidato em outubro. Os outros quatro criticaram de forma direta ou parcial a reação federal à greve — o único a não ter respondido aos questionamentos, o governador de Alagoas, Renan Filho, tem adotado postura oposicionista em relação a Temer, em alinhamento com seu pai, o senador Renan Calheiros.
Além do MDB, há dois partidos da base aliada que possuem governadores e não têm nomes já lançados à disputa presidencial: o PP, que governa o Paraná e Roraima, e o PSD, que administra Rio Grande do Norte e Sergipe. Em geral, os governadores aliados do governo evitaram se opor de imediato à ação dos caminhoneiros, mas passaram a defender o término da paralisação nos últimos dias.