A pesquisa de voto para as eleições para governador da Bahia, realizada pelo instituto P&A e divulgada na manhã de hoje pelo portal Bahia Notícias, pode gerar uma série de criticas, a exemplo, da data em que foi realizada, no período em que a candidatura da oposição ainda não estava consolidada, e do fato de não divulgar o índice de rejeição de cada candidato, mas, apesar disso, é um primeiro diagnóstico da situação atual.
A pesquisa dá lugar a três constatações importantes para quem deseja entender a quantas anda o processo eleitoral na Bahia. Em primeiro lugar mostra um quadro eleitoral com favoritismo para o governador Rui Costa, em segundo lugar que, apesar disso, a eleição está indefinida e, por último, indica que o candidato José Ronaldo tem um grau de competitividade maior que o esperado.
O favoritismo do governador Rui Costa está dado pelo percentual de 51% das intenções de votos, contra 6,8% do candidato José Ronaldo em um cenário, e pelo placar de 47,9% contra 6,5% no segundo cenário, embora ambos os cenários estejam contaminados pela inclusão de candidatos, como Lídice da Matta e João Gualberto, que não vão participar das eleições. Mantendo esses índices o governador será reeleito facilmente. Mas aí surge como surpresa o fato do candidato da oposição, José Ronaldo. ter alcançado um patamar de 7%, sem sequer ter lançado sua campanha e de ser completamente desconhecido em Salvador. Esse percentual indica que a candidatura tem possibilidades de crescer, especialmente se a campanha deslanchar em Salvador, mas, vale lembrar, é preciso saber se esse crescimento será suficiente para viabilizar o segundo turno.
Mas o principal indicador da pesquisa é aquele que demonstra que cerca de 40% do eleitorado baiano afirma que não votaria em nenhum dos candidatos apresentados ou que não sabe em quem vai votar nas eleições para governador da Bahia. Isso significa que um contingente de cerca de 4 milhões de eleitores ainda não decidiu seu voto, constituindo-se no grande objetivo tanto do governador Rui Costa, quanto do candidato da oposição, José Ronado.
Mas aqui há que fazer uma distinção, importante. Entre esses 40%, em torno de 15% simplesmente não sabem em quem vai votar, o que significa que cerca de 1,5 milhão de votos estão disponíveis, enquanto cerca de 25% afirma que não votaria em nenhum dos candidatos listados. Essa última afirmação está prejudicada, pois a pesquisa não mediu ou não divulgou o índice de rejeição de cada candidato, mas, ainda assim, indica que há espaço para a entrada de um novo concorrente na disputa e que os candidatos atuais, se querem esses votos, terão convencê-los a mudar sua intenção de voto.(EP)