Tivemos uma semana de forte queda para a bolsa brasileira, depois de terminar a quarta feira, sinalizando que podia iniciar o esperado rali de alta, já na quinta feira o mercado mudou de direção e dois pregões negativos levaram o Ibovespa a terminar o período em desvalorização de -2,51%.
No Brasil, o Banco Central que vinha adotando uma postura bastante previsível, desta vez surpreendeu ao manter a Selic no patamar de 6,5%, colocando as incertezas em relação ao ambiente externo como principal motivo para a mudança de tom. No início da semana o mercado já dava como certa mais uma queda de 0,25% na taxa, podendo ter novas reduções ainda esse ano. Esse ato inesperado trouxe muita volatilidade para a bolsa, os juros e o câmbio. Ao que parece, a Autoridade Monetária mudou a postura para tentar conter a alta do câmbio e diminuir a saída de recursos de nossa economia, deixando um pouco de lado a inflação que permanece abaixo da meta, no curtíssimo prazo a medida ainda não trouxe o efeito desejado, o dólar terminou o período cotado a R$ 3,74 .
No Cenário internacional, na Itália os dois partidos do governo chegaram a um acordo sobre um programa que propõe cortes de impostos e aumento nos gastos com bem-estar social. A promessa é reduzir a dívida pública através de medidas que estimulem o consumo e impulsionem o crescimento. Esse direcionamento vai de encontro as diretrizes da União Europeia, e tem levado a queda nos preços de ativos italianos, com uma crescente percepção de risco por parte do mercado. Nos EUA, o mercado está vendo como certa uma nova alta dos juros em junho o que tem elevado a taxa dos títulos americanos, que já superaram a barreira dos 3%.
Na semana que se inicia, no Brasil, o destaque será a divulgação da Ata da surpreendente reunião do Copom. Na Europa, teremos a divulgação dos dados de inflação. Nos Eua será conhecido a Ata da última reunião do FED, dando mais subsídios para o mercado projetar as próximas decisões da Autoridade Monetária.
Momento do Mercado
A queda forte dos últimos dois dias, fez com que os preços chegassem a perder, momentaneamente, a acumulação e a LTA, mas ainda na sexta-feira, os compradores voltaram a ativa, levando o Ibovespa de volta a mesma faixa de preços que já vem operando desde fevereiro. O movimento de recuperação foi positivo, pois manteve a tendência de alta como principal referência para o mercado.
Caso o patamar de 82 mil pontos seja perdido, uma nova tendência de baixa pode guiar os preços rumo aos 78 mil pontos (Média Móvel de 200 dias).
Caso o suporte mostre força e a recuperação aconteça, o repique de alta terá como objetivo os 86,5 mil pontos.