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DIVIDA DA ODEBRECHT SOMA R$ 47 BI SENDO R$ 17 LIGADOS A BRASKEM E PREOCUPA BANCOS BRASILEIROS 

Redação - 21/05/2018 07:48 - Atualizado 21/05/2018

O risco de o grupo Odebrecht não pagar parte de sua dívida pode afetar diretamente os bancos brasileiros, que têm cerca de R$ 47 bilhões a receber da companhia. Itaú e Bradesco, que fazem parte desses credores, estão na fase final de negociação de um novo empréstimo para a Odebrecht a ser anunciado nesta semana. Entre os bancos privados, os maiores credores são Itaú e Bradesco, com uma exposição de cerca de R$ 4,5 bilhões cada um.

Depois vêm Santander e Sumitomo, com cerca de R$ 1,5 bilhão cada, seguidos por depois Votorantim, com R$ 800 milhões. Do total que o grupo Odebrecht deve aos bancos, a parcela que se refere à Braskem soma cerca de R$ 17 bilhões. Mas esta é a que menos preocupa as instituições financeiras, já que o braço petroquímico do grupo é considerado o ativo mais promissor.

A Braskem tem um potencial tão elevado dentro da atual realidade do grupo Odebrecht que os bancos entraram numa disputa para fazer uma espécie de segunda hipoteca das ações da companhia. Itaú e Bradesco se dispuseram a emprestar mais dinheiro ao grupo, desde que possam ter a garantia das ações e a condição de que, em caso de calote, serão os primeiros a receber o ativo, apesar de se tratar de uma segunda “hipoteca”.

A Odebrecht precisa de R$ 3,5 bilhões para honrar os compromissos de curto prazo, mas não vai conseguir todo esse dinheiro com Itaú e Bradesco. Esbarraram no BB. Seus executivos não querem abrir mão da garantia que possuem com as ações da Braskem, obtidas na renegociação das dívidas da Odebrecht Agroindustrial, que hoje atende pelo nome de Atvos.

Na época, 100% da Braskem foi dada em garantia. De lá para cá, as ações valorizaram e agora é possível, segundo fontes próximas à Odebrecht, ampliar as garantias por meio das ações da Braskem. Mas os executivos do BB resistem à ideia. Pesa entre eles o fato do ex-presidente do banco, Aldemir Bendine, ter sido condenado pelo juiz Sergio Moro a 11 anos de prisão por receber propinas da empresa quando comandava a Petrobras, em 2015. Apesar de a prisão ocorrer quando Bendine estava na Petrobras e não no BB, os executivos não querem abrir margem para serem questionados por não primarem pelo dinheiro do banco. Mesmo sob o argumento de que sem um novo empréstimo a Odebrecht pode caminhar para uma recuperação judicial.

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