Assustados com a violência urbana, os operadores turísticos têm advertido aos seus colaboradores que evitem levar visitantes aos parques metropolitanos de Salvador. A imagem do abandono mais significativa é o Parque do Abaeté, o qual tem sido deixado de lado pelas agências em função do abandono ao qual tem sido relegado ao longo dos últimos anos. A lagoa escura arrodeada de areia branca é apenas um dos exemplos do abandono pelo qual passa algumas daquelas que seriam, há alguns anos, as principais atrações turísticas do estado. “Pense no Centro de Convenções, que ficou tanto tempo sem manutenção que chegou a desabar”, observa a vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Bahia (ABIH-Ba), Renata Prosérpio.
Os operadores turísticos evitam citar nomes, mas a grande maioria das críticas são direcionadas ao governo do estado. Renata Prosérpio, da ABIH-Ba, avalia como positivas iniciativas como a reforma da Orla de Salvador e o anúncio de licitação para a construção do novo Centro de Convenções Da capital. Ela ainda se refere ao secretário estadual do turismo, José Alves Júnior, como uma pessoa do trade, portanto, sensível às demandas do setor, “mas ele sozinho não pode fazer milagres. Precisamos de iniciativas estruturantes”, lamenta.
O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação Silvio Pessoa (FeBHA), Sílvio Pessoa, evoca os números do setor para apontar a dimensão da importância da atividade para a economia baiana. O turismo responde por 7,5% do PIB baiano, com a geração de 200 mil empregos diretos e outros 700 mil indiretos, observa Pessoa. “Ainda assim, apesar dessa relevância, vemos uma redução do volume de investimentos”, destaca Sílvio, com o argumento de que esses investimentos seriam fundamentais, pois se refeririam à divulgação da Bahia em mercados os quais poderiam ser foco da emissão de visitantes ao estado. Houve, inclusive, redução dos volumes investidos em turismo, pelo governo do estado, com queda de 0,48% do PIB, algo verificado há 12 anos, contra os atuais 0,23%, considera Sílvio Pessoa.
Diante da situação, representantes do próprio trade têm empreendido iniciativas de visitar feiras e eventos internacionais no sentido de divulgar a Bahia como destino turístico. A Bahiatursa e Secretaria de Turismo do Estado (Setur).
A Setur informou, via assessoria de comunicação, que tem enviado esforços no sentido de divulgar a Bahia como destino turístico. Apenas em 2018, representantes do estado marcam presença em 25 feiras realizadas na América Latina e Europa e em 27 estados brasileiros.
Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.
