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PESQUISA DA PWC E DA FGV APONTA DISCREPÂNCIA ENTRE REMUNERAÇÃO VARIÁVEL E RETORNO PARA ACIONISTAS

Redação - 18/05/2018 09:29 - Atualizado 18/05/2018

Pesquisa realizada em parceria entre a consultoria PwC e a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (EAESP-FGV) mostra que executivos de empresas de capital aberto recebem remuneração variável mesmo que não haja o retorno esperado aos acionistas. As conclusões se referem ao período entre 2010 e 2016.

Os resultados foram obtidos a partir de uma amostra com 149 empresas presentes no IGC (Índice de Governança Corporativa) da BOVESPA e foram divididos em dois grupos: um, incluindo 28 empresas (cerca de 19% do total) que criaram valor aos acionistas neste período, ou seja, que tiveram seus investimentos remunerados; e um segundo grupo que inclui as 121 empresas restantes (81%) e que geraram retorno inferior ao custo do capital.

Em ambos os casos foram registradas distâncias entre a remuneração variável de executivos e o retorno aos acionistas, mas este vão é maior nas empresas que não tiveram ganho de valor no período analisado: imaginando que em 2010 os retornos aos acionistas e a remuneração variável estavam em uma base 100, em 2016 os ganhos de acionistas caíram para 22 enquanto a remuneração executiva não-fixa ficou em 87 (diferença de 65).

Já nas empresas que geraram valor entre 2010 e 2016, a remuneração variável oscilou de 100 para 82, enquanto o retorno de acionistas caiu de 100 para 36 (diferença de 46). É importante observar ainda que neste grupo de empresas que geram valor, a remuneração dos executivos é superior ao grupo que destruiu valor para os acionistas, demonstrando assim que o alinhamento de interesses de acionistas e executivos é fundamental neste processo.

Apesar disso, chama atenção que, até 2015, a remuneração dos executivos seguiu em alta nas companhias que não geravam valor. “As empresas no Brasil insistem em uma estrutura antiga de pagamento variável aos seus executivos, como o bônus de fim de ano e outros benefícios não fixos, independente se há ou não aumento na geração de valor da empresa. Esta é uma das principais causas desta discrepância”, afirma Roberto Martins, diretor da PwC Brasil.

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