Quando o consumidor vai à feira, a regra é clara. Se está caro, o caminho é negociar ou trocar de barraca. O que muita gente não sabe é que essa mesma estratégia pode ser usada para pagar menos juros nas instituições financeiras. Nos últimos cinco anos, a Selic, a taxa básica da economia brasileira, vem caindo até chegar aos atuais 6,5%. No mesmo período, os juros do cheque especial foram para 300% e ainda não voltaram.
Para se ter uma noção, mantendo a comparação inicial da feira, a taxa Selic tem caído tanto que a gente pode dizer que está do tamanho de uma tangerina. Enquanto os juros que o consumidor paga – principalmente no cheque especial e no cartão de crédito – estão mais para uma melancia. Essa diferença toda é explicada pelo que, tecnicamente é chamado de spread, que são os custos do bancos, os impostos e a inadimplência.
Quem já se enrolou no cartão de crédito ou no cheque especial sabe que fruta essa dívida vira… Difícil descascar. Foi o que o gerente predial, Agnos Ely Alexandre Lima Nascimento fez quando teve um abacaxi nas mãos: uma dívida no cheque especial com juros de 12% ao mês. “Eu recebia o salário do mês, ele cobria o cheque especial que eu tava devendo no banco, então, eu tinha que utilizar o cartão para pagar as contas mensais e novamente entrava no cheque especial com diversas despesas. Quando ia ver, no final do mês, eu estava pagando juros novamente”, conta. A saída foi encontrar um financiamento mais barato numa financeira virtual a 3,1%.
As taxas de juros são livres e são estipuladas pela própria instituição financeira, não existindo controle de preços ou tetos pelos valores cobrados. A única obrigatoriedade que a instituição financeira tem é informar ao cliente quais as taxas que lhe serão cobradas. Por isso, as variações entre as taxas de juros são expressivas nas diversas instituições financeiras. O consumidor pode recorrer ao site do Banco Central para comparar os juros entre os bancos e buscar alternativas: